CNI promove debate sobre prioridades do setor empresarial no âmbito do B20

Em diálogo realizado na última semana, foram discutidas recomendações que serão levadas aos governos das 19 maiores economias do mundo e da UE. Prioridades são ações para a recuperação econômica

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Business 20 (B20) promoveram, na última quinta-feira (13), o Diálogo Global B20-Indonésia – encontro virtual com representantes do setor privado brasileiro para discutir previamente as recomendações que serão levadas aos chefes de Estado das 19 maiores economias do mundo e da União Europeia no B20, em novembro deste ano. O grupo é o fórum de diálogo global do G20 com a comunidade empresarial e tem a tarefa de recomendar políticas que estimulem o crescimento e o desenvolvimento econômico. Desde 2010, o setor privado brasileiro é representado no B20 pela CNI.

O diálogo virtual realizado com representantes do B20 e da sociedade empresarial brasileira foi uma etapa anterior à reunião oficial do B20, que neste ano será realizada na Indonésia, nos dias 13 e 14 de novembro. Foram apresentadas as prioridades e as recomendações elaboradas pelas forças-tarefas do grupo para as áreas de comércio e investimento; digitalização; energia, sustentabilidade e clima; finanças e infraestrutura; futuro do trabalho e educação; ação das mulheres nos negócios; e integridade e conformidade. As propostas serão insumos para as discussões da cúpula dos líderes de governo e chefes de Estado do G20, que acontece na mesma semana que o B20.

Representantes do setor produtivo destacaram relevância do B20 para recuperação econômica

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, destacou a importância do B20 e reforçou que a instituição continuará representando o setor produtivo no grupo, ampliando a participação de empresários brasileiros no próximo ano, na edição que será presidida pela Índia, e pavimentando o caminho para um engajamento mais expressivo em 2024, quando o Brasil assumirá a liderança do B20 e do G20.


“O B20 é uma organização estratégica para o debate de ideias, para a construção de consensos e para a definição de prioridades em questões econômicas de alcance internacional. O engajamento em fóruns como ele e o G20 é essencial para o Brasil melhorar o ambiente de negócios, ampliar a integração ao mercado global e voltar a crescer de forma sustentada” disse o presidente da CNI. “E com satisfação constato que temos, pela primeira vez, quatro brasileiros ocupando posições de liderança nas forças-tarefas do B20, o que amplia a representatividade do Brasil e favorece a defesa de pautas importantes para a nossa indústria nas discussões internacionais”, concluiu.


Entre as recomendações feitas neste ano, Robson Andrade destacou algumas propostas fortemente alinhadas com as prioridades da indústria brasileira:

  • Promover a governança multilateral do comércio e dos investimentos globais no pós-pandemia, o que requer, inclusive, a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC);
  • Aprimorar a cooperação global para acelerar a transição energética, a partir da substituição dos combustíveis fósseis e de outras fontes com alta emissão de fases de efeito estufa, por alternativas mais limpas;
  • Aumentar, progressivamente, a previsibilidade e a facilidade dos fluxos de financiamento para os países em desenvolvimento;
  • Estimular a gestão sustentável dos negócios, apoiando as iniciativas ambientalmente corretas, socialmente justas e a adoção de sistemas de governança eficientes e inclusivos; e
  • Garantir o acesso universal à internet para que todos possam participar da economia digital e usufruir dos serviços governamentais.

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria da Indonésia (Kadin), Arsjad Rasjid, falou sobre singularidades compartilhadas entre os países e afirmou que por serem duas forças econômicas podem fazer ainda mais. “Temos planos de ser a quarta maior economia do mundo e convidamos empresas brasileiras e o setor a apoiarem para deixar um legado, oferecendo oportunidades de investimento especialmente nos setores estratégicos alinhados com o B20. Espero que possamos criar recomendações políticas para nos recuperarmos juntos e mais fortes”, afirmou Rasjid.

Além dos presidentes e de representantes do setor empresarial do Brasil, participaram do diálogo virtual a chair do B20 Indonésia, Shinta Kamdani, o representante do Brasil no G20, o embaixador Sarquis José Buanain Sarquis; o co-chair da força-tarefa de Comércio e Investimento, Jackson Schneider; o representante do co-chair da força-tarefa de Digitalização, Renato Gasparetto; a representante do co-chair da força-tarefa de Energia, Clima e Sustentabilidade, Paula Kovarsky; e o co-chair da Força-tarefa de Integridade e Compliance, Reynaldo Goto. A gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri, realizou a moderação da reunião.

Como funciona o B20?

O G20 conta com grupos de engajamento não governamentais que têm a missão de reunir recomendações em diferentes áreas. Nesse sentido, o B20 é o fórum de diálogo global do G20 com a comunidade empresarial e funciona como suporte na formulação de políticas públicas das principais economias do mundo na área de negócios.

O B20 se organiza em forças-tarefas, em temáticas como comércio e investimento; digitalização; energia, sustentabilidade e clima; finanças e infraestrutura; futuro do trabalho e educação; integridade e conformidade; e ação das mulheres nos negócios.

Além do B20, existem grupos de engajamento como o Women20 (W20), que aborda questões de gênero; o Labour20 (L20), de trabalho; e o Youth20 (Y20), de juventude. Eles são formados todos os anos e trabalham para entregar as propostas com determinada antecedência da última cúpula do G20. Assim, há tempo suficiente para analisar o material e subsidiar os líderes globais.

Entenda o G20

O Grupo dos 20 (G20) é formado por ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia e tem presidência anual e rotativa. Os membros permanentes do grupo são África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, EUA, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e o bloco da União Europeia.

O objetivo do grupo é aproximar países com economias desenvolvidas ou em processo de desenvolvimento para alinhar soluções que estabilizem o mercado financeiro global, além de incentivar negociações econômicas e criar estratégias para promover o desenvolvimento econômico sustentável.

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