A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Sociedade de Fomento Fabril (Sofofa) lançarão, na quarta-feira (23), o Conselho Empresarial Brasil-Chile (Cebrachile). O novo mecanismo busca trabalhar temas estratégicos que contribuam para a melhoria do ambiente de negócios e impulsionem o comércio e os investimentos entre os dois países. As inscrições podem ser feitas até segunda-feira (21) neste link.
Os presidentes da CNI, Robson Braga de Andrade, e Bernardo Larraín, da Sofofa, farão a abertura da plenária, às 10h, pela plataforma Webex. Em seguida, o presidente do grupo chileno de papel e celulose CMPC S.A, Luis Felipe Gazitua, e o diretor-executivo do Grupo Tigre, Vicente Smith Amunategui, falarão sobre a cooperação empresarial entre Brasil e Chile no novo contexto internacional.
A programação inclui, ainda, um painel para apresentar casos de sucesso de empresas parceiras comerciais dos dois países. Entre elas estão a CMPC S.A e a Eurofarma. Depois do painel, os ministros das Relações Exteriores do Chile, Andrés Allamand, e do Brasil, Ernesto Araújo, apresentarão as prioridades dos governos na relação bilateral.
Confira a programação completa
O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi, explica que o Cebrachile será o quinto conselho empresarial bilateral secretariado pela CNI. O novo conselho é composto por empresas e entidades empresariais brasileiras e chilenas. Entre as companhias estão a Eurofarma, Stefanini, Weg e Grupo Tigre. Do lado do Chile, são aproximadamente trinta membros, entre eles B. Bosch S.A, Celulosa Arauco Y Constitucion S.A, Coca Cola Andina, Empresas CMPC S.A e Engie Chile S.A.
"A missão da CNI e da Sofofa será atuar conjuntamente na identificação dos temas estratégicos para a melhora do ambiente de negócios e na indicação, aos governos dos dois países, da agenda prioritária para o comércio bilateral", afirma Abijaodi.
Chile é mercado estratégico da indústria brasileira
O Chile figura entre os países com os quais a indústria brasileira tem potencial relevante para expandir o relacionamento comercial e de investimentos. Para se ter ideia, em 2019, o Chile foi o oitavo parceiro comercial brasileiro, com participação de 2,1% na corrente de comércio do Brasil.
As trocas comerciais entre os dois países somaram US$ 8,4 bilhões no ano passado. Combustíveis minerais, automóveis e máquinas mecânicas estão entre os principais itens da pauta de exportação e importação entre os dois países. O fluxo de investimentos anunciados entre os dois países foi de US$ 41,038 milhões em 2019.
“Nós precisamos avançar na agenda bilateral com o Chile, ampliar o comércio e o fluxo de investimentos. Uma das prioridades é colocar em vigor o acordo de livre comércio assinado em 2018, o mais moderno dos acordos já negociados pelo Brasil”, diz o diretor.
O acordo de livre comércio é o ACE 35, firmado entre o Mercosul e o Chile em 1996, na esfera da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), e ampliado em 2018.
Outro ponto relevante da agenda é a emissão de certificados de origem digital (COD). O Brasil trabalha plenamente com esse modelo com a Argentina e o Uruguai e há um projeto-piloto em andamento com o Paraguai.
Embora o tema seja debatido com o Chile desde 2018, quando foi assinado um memorando de entendimento sobre o uso de certificados de origem digitais no comércio bilateral, ainda não há previsão para início do projeto-piloto.