Brasil e Chile são parceiros estratégicos, de grande importância mútua nos negócios e na economia em geral. Estão entre os cinco maiores sócios comerciais um do outro, com média de quase US$ 10 bilhões em trocas de mercadorias por ano na última década, e quase US$ 20 bilhões em fluxos bilaterais de investimentos acumulados nesse mesmo período.
Os dois países são, também, parceiros preferenciais de longa data. Em 1996, o Mercosul e o Chile assinaram um Acordo de Complementação Econômica (ACE 35), que entrou em vigor no mesmo ano. É, até hoje, um dos acordos mais completos em abrangência de produtos que o Brasil tem, e que vem garantindo uma pauta de exportações e importações diversificadas dos dois lados.
Desde então, Brasil e Chile vêm ampliando e aprimorando o quadro regulatório de suas relações econômicas e comerciais. Foram celebrados importantes acordos na área de investimentos, entre eles o que busca evitar a dupla tributação, assinado em 2003; e o previdenciário, em 2009, ambos já em vigor.
Destaca-se, ainda, o acordo para cooperação e facilitação de investimentos, em 2015, incorporado posteriormente a uma excelente iniciativa de modernizar o acordo de livre comércio entre os dois países. Esse último não está em vigor, pois precisa começar a valer para ampliar o acesso empresarial nas compras governamentais e no comércio de serviços entre os dois países, além de outros avanços.
A importante relação bilateral de negócios entre as duas economias se soma ao papel de destaque e de liderança que possuem em levar a cabo uma agenda concreta de aproximação do Mercosul com a Aliança do Pacífico.
O aumento da integração produtiva entre esses dois blocos virá com uma combinação importante de políticas domésticas e ampliação das regras, e da liberalização do comércio e de investimentos entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico, como previsto na Hoja de Ruta e na Declaração de Puerto Vallarta. Essa agenda conta com grande apoio empresarial dos dois lados, sobretudo no diálogo construtivo mantido há anos entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Brasil, e a Sociedade de Fomento Fabril (Sofofa), do Chile.
Outro esforço que une nossos setores empresariais é o de aumentar a integração das cadeias produtivas e a produtividade industrial nos dois países. Temos desafios comuns, mas, principalmente, soluções conjuntas para desenvolver cada vez mais nossas indústrias.
O Chile já é um ator de destaque em sua rede de acordos comerciais, e o Brasil vem aumentando também sua inserção externa, como os acordos Mercosul-União Europeia e com a Associação Europeia de livre Comércio (EFTA, na sigla em inglês), e as negociações com o Canadá, que estão em andamento.
Essa inserção externa de Chile e Brasil precisa ser aproveitada em prol do fortalecimento da competitividade e dos negócios na região. A atuação unida dos governos e setores empresariais dos dois países tem um papel de liderança insubstituível para o progresso econômico do continente.
*O artigo foi publicado no jornal O Mercúrio, nesta segunda-feira (7).
Robson Braga de Andrade é empresário e presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
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