A estratégia dos membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) para 2014 é revitalizar o braço negociador da instituição, diante do sucesso do acordo em Bali, na Indonésia, depois de 19 anos sem avanços nas negociações multilaterais. A afirmação foi feita pelo diretor-geral da OMC, embaixador Roberto Azevêdo, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília (DF). "Agora, o desafio da OMC é dinamizar os acordos multilaterais, num momento em que os acordos bilaterais avançam com celeridade", disse Azevêdo aos jornalistas, nesta quinta-feira (19).
Azevêdo almoçou com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e com 20 empresários, em seu primeiro encontro com o setor privado depois do histórico acordo da OMC em Bali. "Alguns dizem que o acordo foi pequeno e fácil. Mas posso garantir que não foi pequeno e nem nada fácil. Conseguimos um acordo que, segundo think tanks, aumentará o comércio mundial em US$ 1 trilhão", garantiu Azevêdo.
Segundo ele, a CNI e a indústria brasileira ajudaram nas negociações e na defesa do acordo de facilitação de comércio, que eram críticas para a OMC e para o sistema multilateral. Os próximos passos são discutir, em Genebra, como tornar o acordo uma realidade. Agora, os parlamentos dos 160 países-membros da OMC têm de ratificar o tratado. Azevêdo explicou que contratou um ''mapa estratégico" para aperfeiçoar os caminhos das negociações em Bali e, assim, avançar no restante da Rodada Doha.