Educação é agenda prioritária para a indústria brasileira, diz Robson Braga de Andrade

Em jantar com a bancada feminina da Câmara dos Deputados, presidente da CNI afirma que a maior preocupação da indústria é o fortalecimento da agenda de formação e qualificação profissional para o futuro do trabalho

Em jantar com a bancada feminina da Câmara dos Deputados, na terça-feira (25), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, ressaltou a importância do trabalho do Legislativo na discussão de propostas que garantam o desenvolvimento econômico do Brasil e afirmou que, para a indústria brasileira, uma das agendas prioritárias é a de educação. Durante o encontro, que contou com a presença de 19 deputadas federais, foram apresentadas iniciativas de apoio a projetos estratégicos para o país e discutidas iniciativas que contribuam para a qualificação e maior inserção de mulheres no mercado de trabalho.

“Nossa principal preocupação na CNI é o desenvolvimento do país. É uma agenda da indústria? Não. É uma agenda do Brasil. Temos uma agenda de educação, principalmente, porque temos certeza absoluta de que, se não tivermos uma população educada, não vamos ter desenvolvimento”, disse Andrade. “É por isso que nós no SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e no SESI (Serviço Social da Indústria) brigamos tanto por educação. Hoje, nosso programa é investir em educação”, afirmou.

O presidente da CNI enfatizou que é necessária uma atenção especial para a área de educação em todas as regiões do país, levando-se em conta as particularidades regionais. A seu ver, diante da crise fiscal em grande parte dos estados e da escassez de recursos para a atração de investimentos, a formação de mão de obra qualificada é um dos principais instrumentos para ampliar a sua capacidade competitiva, com o aumento da produtividade.

Como exemplo das mudanças que a indústria vive, Andrade afirmou que a automação gera cada vez mais emprego, mas com exigência de mão de obra qualificada. “Não sabemos o que a indústria será daqui a 10 anos porque ela está em constante evolução. Temos consciência clara de que as pessoas hoje têm de desaprender com a mesma velocidade com que têm de aprender. As coisas mudam rapidamente. E isso faz do futuro do trabalho quase uma incógnita”, disse o presidente da CNI.

Coordenadora da bancada feminina na Câmara, que conta com 77 deputadas nesta legislatura, a professora Dorinha Seabra (DEM-TO) destacou o papel do SESI e do SENAI na alfabetização e na formação profissional de jovens. Ela ressaltou que, neste momento de progressiva automação de processos produtivos e adoção de tecnologias da chamada Indústria 4.0, torna-se ainda mais urgente a atenção para a atualização das competências do trabalhador que já está no mercado de trabalho. “É preciso um processo de requalificação permanente de nossos trabalhadores diante dos desafios do envelhecimento de nossa população”, disse.

As deputadas também mostraram interesse em conhecer iniciativas do SESI e do SENAI , como a participação e a qualificação de mulheres em carreiras das áreas de exatas, os cursos disponíveis para pessoas com deficiência (PCD) voltados à indústria, o ensino de robótica nas escolas de ensino fundamental, entre outros temas.

REFORMAS – Durante o jantar, o gerente de política fiscal e tributária da CNI, Mário Sérgio Carraro Telles, apresentou às parlamentares estudo da confederação que mostra que, se o Brasil implementar a reforma da Previdência, os gastos previdenciários cairão de 10% do Produto Interno Bruto (PIB), para 9,75% do PIB num período de 10 anos. Se as regras de pagamento de pensões e aposentadorias não forem alteradas, esse percentual subirá dos atuais 10% para 11,2% do PIB no mesmo período.

“O Brasil é um país ainda muito jovem, mas que já gasta muito com Previdência. No brasil temos apenas 9% da população com mais de 65 anos e gastamos o mesmo que Portugal, que tem 19% da população acima dessa faixa etária”, disse o gerente, que observou que o envelhecimento da população brasileira apresentará um novo desafio no que diz respeito à Previdência Social.

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