SENAI e Alunorte estudam como aproveitar os resíduos de bauxita

Empresa vai investir R$ 5 milhões em pesquisas até 2022. Objetivo é reduzir as áreas de depósito da sobra do produto

 A Alunorte - refinaria de alumínio - e o Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Minerais (ISI-TM) iniciaram, este ano, uma parceria com foco em estudos para o aproveitamento de resíduos que sobram após o processo de refino da bauxita, que ocorre na refinaria, em Barcarena (PA).

A empresa vai investir R$ 5 milhões nestas pesquisas até 2022.

“Desejamos tornar a Alunorte, maior refinaria do mundo fora da China, uma referência global para aproveitamento de resíduos de bauxita e uma inspiração para toda a cadeia do alumínio”, explica Raphael Costa, diretor de Tecnologia da Área de Bauxita e Alumina da Hydro.

“Os resultados destas pesquisas podem ajudar nas soluções para um dos desafios mais importantes para a indústria mineração e metais, que é a diminuição da pegada ambiental por meio da redução das áreas de depósito de resíduos”, afirma Carlos Neves, diretor de Operações da Área de Bauxita e Alumina da Hydro.

No mundo, estima-se que sejam reciclados somente 3% das 150 milhões de toneladas de resíduos anualmente, o que representa uma taxa ainda muito baixa. O objetivo do convênio é contribuir com a meta global de sustentabilidade do setor de 20% de aproveitamento até 2025, de acordo com o Instituto Internacional do Alumínio.

Tanto a Alunorte quanto o ISI-TM contam com equipes de profissionais com larga experiência em pesquisa e desenvolvimento de resíduos de bauxita atuando neste projeto. As análises ocorrem nos laboratórios do SENAI, em Belém. As linhas de pesquisas do convênio avaliam a extração de ferro para a indústria siderúrgica, além da sua aplicação para condicionamento e controle de pH de solo, que pode ser usado no agronegócio. O progresso dos estudos será acompanhado mensalmente.

A parceria entre a Hydro e o ISI-TM prevê desde a caracterização física, química e mineralógica do resíduo de bauxita até a elaboração de plano conceitual e projeto executivo para implementação de uma planta-piloto na empresa.

Para Adriano Lucheta, diretor do Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Minerais, é o momento de quebrar os antigos paradigmas e considerar os resíduos produzidos pela cadeia mineral como matérias-primas para outras cadeias produtivas, agregando valor e aliviando a pressão sobre o meio ambiente. “Somente por meio do investimento em inovação, conseguiremos aplicar os conceitos de Economia Circular na mineração e a Alunorte está sendo a pioneira no Brasil. Estamos confiantes de que também será uma incentivadora para que outras indústrias extrativistas se insiram neste novo contexto”, diz Lucheta.

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