Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que 73% das pequenas e médias empresas afirmam ter interesse em utilizar a nanotecnologia para melhorar os processos produtivos nas fábricas ou mesmo em seus produtos. Um total de 27% das empresas disse não saber avaliar o interesse no tema.
A pesquisa mostra ainda que 60% das empresas sabem aplicar essa tecnologia plena ou parcialmente. Ao todo, 34% das empresas dizem saber aplicá-la em parte e 26% de forma integral. Uma parcela de 40% afirma não saber utilizar essa tecnologia.
Baseada na construção de estruturas na escala de nanômetros, a nanotecnologia é aplicada no desenvolvimento de materiais e componentes de diferentes áreas. Na prática, cada nanômetro corresponde à bilionésima parte de um metro. São partículas invisíveis a olho nu ou mesmo por meio de microscópios. O objetivo é construir estruturas que, por exemplo, sejam mais estáveis e duráveis que as obtidas por meio de tecnologias tradicionais.
Entre os exemplos de aplicação de nanotecnologia, tanto no processo produtivo quanto no produto final, está a utilização de cerâmica, em fábricas, que sejam resistentes a ataques químicos e, assim, tenham maior durabilidade. Há empresas que trabalham ainda no desenvolvimento de produtos hospitalares resistentes a superbactérias. Outra linha de trabalho é a confecção de roupas esportivas que, em função de nanopartículas, tenham proteção contra raios ultravioletas e naõ absorvam líquido e a sujeira.
O gerente-executivo de Política Industrial da CNI, João Emílio Gonçalves, afirma que, nas indústrias, essas tecnologias podem contribuir para ganhos de eficiência e redução de custos, por exemplo. “Em um mercado cada vez mais competitivo, a pesquisa mostra a importância de as pequenas e médias empresas passarem a utilizar a nanotecnologia como forma de agregar valor, qualidade e até mesmo novas funcionalidades aos seus produtos, tornando-se mais inovadoras e competitivas”, afirma.
PESQUISA – A CNI ouviu 94 pequenas e médias empresas industriais dos estados do Ceará, Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina com o objetivo de identificar o seu nível de uso e seu entendimento a respeito da nanotecnologia. Além disso, a pesquisa buscou identificar a necessidade de soluções tecnológicas para a indústria. Do total da amostra, 68 empresas atuam no mercado nacional e 26 tanto no nacional quanto no internacional.
A pesquisa foi realizada em agosto de 2018. As empresas ouvidas são de 16 setores industriais: agrícola; alimentos e bebida; cerâmica; vestuário; construção civil; cosméticos; embalagem; energia; farmacêutico; madeira e móveis; metalomecânico; plástico; químico; tecnologia da informação; têxtil; e vidros.