A idéia de que a nova revolução industrial e suas promessas se restringe às grandes indústrias deve ser descontruída. Responsáveis pela base da indústria brasileira, os pequenos e médios negócios precisam ser inseridos na transformação produtiva promovida pelo avanço de tecnologias digitais.
Como fazê-lo foi um dos tema debatidos pelo Seminário Pense nas Pequenas Primeiro nesta quarta-feira (7), em Brasília. Um dos meios é com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). A instituição é responsável pela execução do Indústria+Produtiva, criado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 2015 e que serviu de inspiração para o programa de governo Brasil Mais Produtivo, em parceria com o SENAI, que já ajudou 3 mil empresas a melhorarem seus processos e ganharem produtividade.
Segundo Fábio Pires, especialista do SENAI, hoje a instituição desenvolve projetos piloto para apoiar as micros e pequenas empresas na adoção de técnicas e tecnologias de Indústria 4.0. Ele explicou que o processo se dá em quatro fases, que vão desde a reorganização do chão de fábrica por meio da filosofia de produção enxuta até a transformação em fábricas inteligentes.
“A ideia é dar condições para que o empresário acompanhe o seu processo produtivo em tempo real. Nas primeiras etapas, não estamos falando de uso de sensores, mas de alimentação de dados por colaboradores, o que permite que o gestor tenha informações para tomada de decisão, melhore seus processos e seu produto”, afirmou Pires.
INTEGRAÇÃO EM CADEIA - O trabalho precisa acontecer em cadeia. Caso contrário, o consumidor final não será beneficiado. É o que defende Fábio Martins Fernandes, engenheiro da Rexroth, do Grupo Bosch. “As pequenas empresas são parte essencial da cadeia produtiva, por isso tudo deve estar integrado e inserido nesse movimento”, afirmou. A Bosch está desenvolvendo um projeto piloto para apoiar as fornecedoras a se modernizarem e, assim, contribuir para uma transformação mais consistente da indústria.