Jornalistas discutem inovação e propriedade intelectual em SP

No workshop realizado na sede da CNI em São Paulo, profissionais da imprensa puderam conhecer um estudo inédito sobre a inovação no País

Nesta terça-feira (17), jornalistas e outros profissionais da imprensa se reuniram na Confederação Nacional da Indústria (CNI) em São Paulo para conhecer um  estudo inédito sobre a inovação brasileira e reconhecer oportunidades de pauta relacionadas à propriedade intelectual.

O workshop Propriedade intelectual e inovação: o impacto no crescimento econômico do Brasil foi promovido pela CNI em parceria com o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e a Thomson Reuters. No início do evento, o gerente executivo de política industrial da CNI apresentou o programa de propriedade intelectual da Confederação e lembrou do compromisso que a presidente Dilma Rousseff assumiu durante seu pronunciamento na instituição em abril de 2012, de modificar e modernizar o INPI para aumentar o número de patentes brasileiras. Para Pedro Alem, o país ainda precisa ir mais além: “O Brasil tem que saber proteger e explorar comercialmente os direitos sobre suas inovações”.

O presidente do INPI, falou sobre a importância da propriedade intelectual para a inovação brasileira.  “A possibilidade de se apropriar e gerar econômico é o que faz com o que o mercado de bens intangíveis seja possível e isso é o que torna a inovação economicamente viável”, explicou  Jorge Ávila ao apresentar a demanda do Instituto: foram 16 mil pedidos de patentes em 2004, 33,5 mil em 2012 e a expectativa é que até o fim de 2013 esse número chegue a 40 mil.

Já o assessor de imprensa do INPI trouxe exemplos de pautas e fontes úteis à imprensa para a produção de matérias relacionadas à propriedade intelectual.“O tema vai muito além de uma discussão de impacto econômico”, declarou Marcelo Chimento antes de apresentar erros frequentes na apuração jornalística, como uso do termo “quebra de patente” para a descrição de licenciamentos compulsórios.

Pesquisa inédita
Durante o workshop, o vice-presidente global da unidade de negócios de Intellectual Property & Science da Thomson Reuters apresentou uma pesquisa inédita da instituição sobre a inovação brasileira e seu impacto no desenvolvimento do país. Rob Willows tem uma visão otimista do Brasil na cena global de inovação.  “

Segundo a pesquisa anual da Cornell University/Insead, o país ocupa a 64ª posição no ranking de inovação do mundo e, na América Latina, é o 7º de 17 países. Quando o assunto é produção acadêmica, o Brasil saltou de pouco mais de 15 mil artigos científicos publicados em 2003 para mais de 15 mil e 2012, número que o coloca na 14º posição nesse ranking global. No mesmo período, o volume de pedidos brasileiros de patente superou a marca de 150 mil, superior a de países como México, Argentina, Colômbia, Peru e Uruguai.

“É um cenário inovador, não se enganem. O desafio de vocês é monitorar e gerenciar a performance das pesquisas feitas pelas melhores universidades.  Dos dez maiores detentores e requerentes de registros de patentes no Brasil, cinco são universidades”, afirmou Rob Willows. Segundo a pesquisa da Thomson Reuters, de 2003 a 2012 quase ¾ dos pedidos de patentes feitos no Brasil são solicitados por cidadãos não residentes, e para Willows é fundamental reverter essa estatística. “O Brasil está na direção certa, tem uma produção científica forte e a cada dia aumenta sua inovação. Precisa ampliar sua cultura de propriedade intelectual para transformar esse conhecimento em negócio”, concluiu.

Na imprensa - No debate sobre como o tema da propriedade intelectual é trabalhado na imprensa, a jornalista da Folha de S. Paulo Sabine Righetti disse que inovação e proteção ao conhecimento ainda são assuntos “confusos para a sociedade”, e isso respinga na cobertura da mídia. Sabine questionou o presidente do INPI sobre a vocação das universidades para gerar patentes e falou sobre a dificuldade de tratar de temas estratégicos relacionados à propriedade intelectual, como a adesão do Brasil a tratados de cooperação dessa área.

“Pautas que criticam a demora do INPI nos ajudam, porque é mais uma maneira de pressionar as instituições que podem colaborar para a melhora do Instituto”, afirmou Jorge Ávila. Segundo o presidente do INPI, o tempo máximo de concessão de uma patente é de 11 anos, e a expectativa é que em dois anos esse tempo seja reduzido em sete anos. “A imprensa precisa compreender também a visão de que patentes são boas para o Brasil”, concluiu Ávila.

Representantes da Folha de S. Paulo, Globonews,  revista Veja, Agência Brasil e Correio Braziliense estiveram presentes, além de assessores de imprensa de organizações como a ABPI. Todos receberam o guia de propriedade intelectual para jornalistas da CNI, que pode ser baixado aqui. E abaixo, a pesquisa completa da Thompson Reuters:

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