Apenas 42% dos engenheiros brasileiros atuam na área em que se formam

Os dados preocupam o setor produtivo. Sem inovação não há competitividade e processos inovadores só deslancham com engenheiros qualificados

A maioria dos engenheiros brasileiros não exerce função nas áreas em que se formam. Esse é o resultado de análise feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com base em estatísticas do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento aponta que de 680.526 engenheiros empregados, apenas 286.302 (42%) trabalham na área – a maioria na região Sudeste. Do total de ocupados com engenharia, pouco mais da metade está no setor industrial, que atrai 153.341 profissionais (54%). Os dados preocupam o setor produtivo. Sem inovação não há competitividade e processos inovadores só deslancham com engenheiros qualificados.

O diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi, aponta que uma das causas pode ser a falta de experiência dos recém-formados. “A indústria que investe em inovação requer profissionais prontos, com visão de mercado, habilidades de gestão, de trabalho em equipe, aplicação de leis e normas técnicas e domínio de idiomas estrangeiros, principalmente o inglês. Mas os engenheiros saem das universidades brasileiras com excesso de teoria e falta de prática. Como não estão prontos para a indústria, buscam outros setores”, afirma Lucchesi.

Por isso, a CNI defende mudanças nos cursos de engenharia. Como ocorre com a residência em medicina, uma das sugestões é a inclusão de disciplinas no currículo de experiências práticas para que haja uma aderência do ensino às demandas da indústria. Na Alemanha, por exemplo, país referência em inovação, a formação de engenheiros é baseada em know-how prático, voltada para aplicação industrial. 

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