A Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA, na sigla em inglês) vai investir R$ 10 milhões em centros de formação de trabalhadores para a indústria naval no Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul. Os laboratórios serão instalados dentro das unidades do SENAI nesses quatro estados.
Além da modernização tecnológica das escolas do SENAI, a parceria com a agência japonesa permitirá a capacitação, nos próximos quatro anos, de 100 técnicos e professores das áreas como mecânica naval, gestão da produção naval e soldagem de materiais compostos, muito utilizada na construção naval. "Após o término do convênio, os núcleos continuarão a treinar técnicos nessas áreas", afirma o gerente executivo de Relações Internacionais do SENAI, Frederico Lamego. O acordo entre o SENAI e a JICA foi firmado nesta quinta (28), na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A falta de mão de obra qualificada para trabalhar em três grandes empresas japonesas, que juntas investiram R$ 1,6 bilhão de estaleiros no Brasil, impulsionou o acordo. Estão no país: a Ishikawajima-Harima Heavy Industries - que comprou 25% do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), por R$ 207 milhões; a Kawasaky Heavy Industries, que adquiriu 30% do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP), no Recôncavo Baiano, por US$ 300 milhões e o grupo Mitsibishi, que comprou 30% do estaleiro Ecovix, também por US$ 300 milhões. Com a capacitação de brasileiros, as empresas japonesas precisarão expatriar apenas 20 profissionais japoneses. Os demais técnicos especializados serão brasileiros formados pelo projeto da JICA e do SENAI.
SALÁRIOS - Os salários dos técnicos formados para os estaleiros podem chegar a R$ 11,1 mil, de acordo com o SENAI. No Rio, estado onde será instalado um dos núcleos, um mecânico naval ganha em média R$ 3,7 mil, mas a formação específica para o projeto deve elevar a remuneração. Além disso, os salários do setor vêm aumentando rapidamente por causa do aumento da demanda por navios no país. Em 2011, um trabalhador com a mesma formação ganhava R$ 3,4 mil em média, cerca de 10% a menos que em 2013.
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