CNI sugere unidade de infraestrutura permanente ligada à Presidência da República

De acordo com o gerente-executivo de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso, objetivo é dar continuidade a projetos em andamento. Ele participou de evento organizado pela revista Exame

O Brasil precisa no mínimo dobrar os investimentos em infraestrutura para se tornar um país competitivo no cenário internacional. Esse é um consenso entre os participantes do Café Exame Infraestrutura, realizado na manhã desta terça-feira (7), no Palácio Tangará, em São Paulo. Os números mais recentes da Consultoria Inter B mostram que o país investiu em 2017 apenas 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura.

Durante o evento, realizado pela Revista Exame, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o gerente-executivo de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso, defendeu que o próximo presidente da República trate esta agenda como prioridade de longo prazo. “Precisamos que seja criada uma unidade de infraestrutura ligada diretamente ao presidente da República, uma central para negociar com áreas do governo, como a de meio ambiente, o TCU (Tribunal de Contas da União) e o Ministério Público”, enfatizou Cardoso.

O gerente da CNI acrescentou que o próximo governo terá de manter uma estrutura semelhante à do atual Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal. “É imprescindível, independentemente do nome do programa, termos uma unidade permanente principalmente para dar continuidade aos projetos que o Brasil tanto precisa. Para isso, é imprescindível que tenhamos um ambiente de boa governança, segurança jurídica, além de bons estudos e modelagens bem-feitas”, afirmou.

INVESTIMENTOS PRIVADOS - O primeiro painel de debate do evento, moderado pelo jornalista da Exame José Roberto Caetano, teve como tema “Como a infraestrutura pode tornar o Brasil mais competitivo”. O especialista Cláudio Frischtak, presidente da Inter B Consultoria e integrante do Conselho de Infraestrutura da CNI (Coinfra), alertou que o investimento na área não é suficiente sequer para a manutenção dos equipamentos atuais. “Deveríamos investir minimamente 4% do PIB nos próximos 20 anos. O problema é que o Estado brasileiro está quebrado. Isso implica que o incremento será, em grande parte, necessariamente privado”, afirmou.

Na avaliação do coordenador do Projeto Infra 2038, Diogo Mac Cord, a infraestrutura é uma área estratégica que terá o poder de girar a economia no curto prazo e de aumentar a competitividade do país em escala global no médio e no longo prazo. Segundo ele, “o setor privado está sempre disposto a entrar em qualquer bom negócio”, frisou. O Infra 2038 é uma iniciativa integrada por especialistas que visa debater temas relevantes para a infraestrutura e propor ações para que o setor desponte no Brasil nos próximos 20 anos.

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