SENAI tem dois projetos de inovação premiados em feira de ciência, tecnologia e inovação em Mato Grosso

Gekraft, mistura de gesso e papel Kraft que deu origem a um tijolo ecológico, foi projeto vencedor de uma das categorias da feira

Reaproveitar o gesso descartado durante as reformas de imóveis para não poluir o meio ambiente. Este foi o desafio dos estudantes de Análises Químicas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Rondonópolis, no Mato Grosso, que desenvolveram o Gekraft, uma mistura de gesso e papel Kraft que deu origem a um tijolo ecológico. O projeto foi o vencedor da categoria III durante a I Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação de Rondonópolis. Em segundo lugar, ficou a ‘Planta didática para extração de óleo de soja com etanol’, também desenvolvida dentro da Unidade do SENAI.

A estudante Tainá do Nascimento Silva conta que a ideia de buscar soluções para a área de construção civil veio do professor Técnico em Edificações André Márcio Lopes. Ao analisar todos os produtos que não tinham uma destinação correta, decidiu-se trabalhar com dois deles: o gesso e o papel Kraft, que compõe os sacos de cimento. “Percebemos que cerca de 4% do gesso se perde durante as obras e esse material não tem uma destinação certa. Fizemos vários testes usando o material coletado, inclusive em terrenos baldios, e o resultado foi muito bom”, explicou a jovem.

[MAIS NOTICIAS]Segundo ela, ao desenvolver um projeto de inovação, o estudante tem contato com a realidade do mercado e começa a ampliar o campo de visão. “Quando comecei, não tinha uma base, era tudo novo para mim. Aprendi muito”, conta. O tijolo já foi testado e poderá ser utilizado nas paredes internas de casas e empresas, como divisor de ambientes, por ser um pouco menos resistente que o tijolo comum. “Meu sonho é ver esse protótipo virar um produto da indústria e, assim, deixar de poluir o meio ambiente”, afirmou Tainá. Também participou da execução do projeto a estudante Tainara Pereira Dal Forno.

Em segundo lugar na premiação, ficou a planta didática para extração de óleo de soja, utilizando como solvente o etanol em substituição ao hexano, visto que o etanol apresenta baixa toxidez e elevada biodegradabilidade. O projeto foi conduzido pelo instrutor Técnico em Mecânica Vinícius Coutinho, e os estudantes do curso técnico em Açúcar e Álcool, Jeisiane Amorin, e de Análises Químicas, Victor Gomes.

TERRENO FÉRTIL PARA BOAS IDEIAS - Os dois trabalhos vencedores contaram com a participação da instrutora de Química, Paula Buono, uma das maiores incentivadoras da inovação entre os estudantes. Ela conta que começou a dar aulas no SENAI sem imaginar que dentro da instituição encontraria terreno fértil para boas ideias. “Quando descobri foi amor à primeira vista. Já tinha algumas ideias e, depois, conversando com alguns alunos, construímos mais algumas. Desde então, muita coisa mudou”, conta.

Paula revela que a inovação é recebida com entusiasmo pelos estudantes e que aprendem muito mais rápido quando precisam criar e desenvolver algo. “Nosso objetivo é que os Trabalhos de Conclusão de Curso sejam projetos inovadores, além de serem assuntos interessantes, ligados ao cotidiano de cada um”. O objetivo da professora daqui para frente é de melhorar alguns projetos, tanto os que foram aprovados, quanto os que não foram e continuar com as pesquisas. “Inovar mais e mais, incentivar meus alunos e deixar a sementinha de inovação na cabeça deles, pois acho que basta começarmos que eles, consequentemente, acabam se apaixonando. É muito gratificante ver o brilho nos olhos de cada um, durante uma exposição ou um prêmio”.

INOVAÇÃO COMO PRÁTICA COTIDIANA - Só em 2015, foram 183 projetos inovadores gerados dentro das unidades do SENAI em todo o estado. Para a diretora regional do SENAI-MT, Lélia Brun, o resultado conquistado não apenas surpreendeu pela capacidade de envolvimento de todos os participantes, como apontou um norte para uma nova forma de fazer Educação Profissional. “Estamos muito satisfeitos e, ao mesmo tempo, apoiando a continuidade desses projetos. Queremos que a inovação seja uma prática cotidiana dentro das salas de aula do SENAI. Nossos estudantes são os mais preparados e os que mais têm condições de oferecer soluções para a indústria, já que estudam e vivem a realidade industrial no estado”.

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