Roupa criada por alunos de Mossoró (RN) evita perda de massa óssea e muscular

Equipe que participa do Festival SESI de Robótica, no Rio de Janeiro, criou vestimenta de treino para ajudar a melhorar as condições físicas de astronautas em missões espaciais

Equipe Galaxy desenvolveu projeto elogiado pela NASA

Uma roupa que se molda ao corpo e tem elástico em pontos estratégicos feita com cotton e theraband, materiais usados em tratamentos de fisioterapia. 

O modelo, desenvolvido para ser usado por astronautas, pode evitar a perda de massa óssea e muscular em viagens espaciais. O problema ocorre por causa da microgravidade.  

A equipe que trabalhou no projeto é a Galaxy Forces, do Serviço Social da Indústria (SESI) de Mossoró (RN) e a proposta está sendo apresentada Torneio SESI de Robótica FIRST LEGO League, no Rio de Janeiro, neste fim de semana.

Com essa roupa, em movimento simples, como o de levantar o braço, o profissional teria que colocar um pouco mais força para simular a gravidade aqui na Terra. 

Leonardo da Silva, técnico da Galaxy Forces, explica as vantagens do modelo. “Com a roupa, em baixo custo, eles conseguem forçar a musculatura dos membros superiores e evitar a perda óssea e muscular. Esse projeto vale tanto para os astronautas quanto para tratamentos de fisioterapia aqui na Terra e na própria reabilitação dos astronautas quando eles retornam’, diz Leonardo.

Além de melhorar a saúde durante missões espaciais, os integrantes da Galaxy Forces descobriram, durante as pesquisas, que para levar um quilo de equipamentos para o espaço para se exercitarem eram gastos milhões de dólares. Com a roupa criada pela equipe esses gastos diminuiriam e o dinheiro poderia ser usado em outras finalidades.

Segundo o técnico, o projeto tem agradado profissionais da fisioterapia e até a própria agência espacial americana, NASA. “Compartilhamos a ideia diretamente com a NASA, para um dos integrantes lá nos Estados Unidos. O astronauta achou a ideia fantástica, elogiou bastante, pegou o contato dos meninos já está seguindo a equipe nas redes sociais... É muito bacana”, vibra.

Estudantes do SESI de Mossoró (RN) desenvolveram o novo modelo de roupa para astronautas

Renalle Fátima de Almeida, 15 anos, é uma das alunas que desenvolveu o projeto e avalia que todo o estudo foi importante para o crescimento pessoal e profissional e ver o trabalho reconhecido pelos fisioterapeutas e por integrantes NASA foi motivador. As expectativas para a competição nacional são grandes. “Se não voltarmos com a premiação tudo bem, porque estamos aqui para viver o torneio. Nós aprendemos com o nosso técnico que o aprendizado é melhor do que o que ganhamos”, avalia a jovem, que também quer se divertir no Festival SESI de Robótica.

Malhação no espaço

Foco da equipe Lost in Space também foi ajudar a melhorar as condições físicas dos astronautas

A equipe Lost in Space, da mesma cidade, também apresenta um projeto para ajudar a melhorar as condições físicas dos astronautas. Trata-se de um eletroestimulador muscular, projetado para facilitar, fortalecer e deixar mais intensos os treinos dos astronautas durante missões espaciais.

De acordo com o técnico da equipe, Marcos André Freire, o aparelho já é usado na educação física e fisiculturismo. A ideia é tentar reaproveitá-lo nas missões. “O eletroestimulador iria auxiliar junto com as máquinas presentes no espaço, porque lá tem três tipos de máquinas diferentes para exercícios físicos”, explica Freire.

Para que o projeto fosse executado da melhor maneira possível, a equipe procurou profissionais de fisioterapia, educação física e até astronautas. Depois de muita pesquisa e trabalho, Marcos André, que também já foi competidor entre 2014 e 2016, explicou que o eletroestimulador é moldado para ‘malhar’ uma determinada parte do corpo específico. “Vamos dizer que eu quero malhar meu bíceps. Eu tenho um eletroestimulador na qual vai mandar correntes elétricas para fazer com que o meu corpo consiga malhar e exercitar esse meu músculo de uma forma mais rápida sem que tenha que fazer tanto esforço”, explica o técnico.

A equipe Lost in Space é composta por nove alunos do ensino fundamental e médio. O projeto faz parte de uma parceria da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) com a prefeitura municipal, que leva robótica para as escolas.

Eduarda Beatriz Lopes, 13 anos, é estudante da Escola Municipal Senador Duarte Filho e conta que participar da competição está sendo uma grande oportunidade. “Todos do projeto são alunos de escolas públicas, alunos sem condições de fazer um projeto tão grande quanto outras escolas. E ter uma oportunidade de participar de uma competição é muito importante para todos nós”, conta a jovem.

O torneio - O desafio da temporada, “Into Orbit”, explora a temática espacial, envolvendo satélites, comunicação, sobrevivência e aspectos psicológicos em que os astronautas estão sujeitos em uma viagem espacial. O objetivo é fazer com que os estudantes ingressem no mundo da ciência e tecnologia de uma forma divertida, a partir da construção e programação de robôs feitos com peças de Lego.

Crianças e jovens de 9 a 16 anos podem participar do Torneio de Robótica First Lego League. Cada equipe deve ter obrigatoriamente dois treinadores: técnico e mentor; e 2 a 10 competidores. As equipes precisam resolver um conjunto de problemas do mundo real, os mesmos vivenciados por profissionais como cientistas e engenheiros.

REDES SOCIAIS - Acompanhe a cobertura completa do Festival aqui na Agência CNI de Notícias e nos perfis do Torneio no Instagram e Facebook. Todas as fotos serão publicadas no Flickr da CNI.

SAIBA MAIS - Acompanhe todos os detalhes no site do Festival de Robótica.

Relacionadas

Leia mais

Entenda como funcionam as três competições do Festival SESI de Robótica
7 motivos para participar do Festival SESI de Robótica
Festival SESI de Robótica vai reunir 1.200 alunos de escolas públicas e particulares no Rio de Janeiro

Comentários