Mateus se diz apaixonado pela profissão que escolheu e planeja estudar na Alemanha ou Itália

Curso técnico de automação industrial oferecido no Centro Tecnológico Automotivo e de Mecatrônica do SENAI, em Caxias do Sul (RS), despertou paixão no estudante

Mateus é de Caxias do Sul (RS)

Ainda aos 16 anos, Mateus Gaspary de Freitas decidiu que faria um curso técnico de automação industrial no Centro Tecnológico Automotivo e de Mecatrônica do SENAI, em Caxias do Sul (RS). A escola, conhecida na serra gaúcha por formar profissionais para o segundo maior polo metal-mecânico do Brasil, destina uma quantidade de vagas para estudantes que recebem bolsas de empresas interessadas em sua formação. Mateus buscou o apoio da Neobus, fabricante de ônibus, e garantiu sua matrícula para o primeiro semestre de 2012.

O início dessa história se parece com a de centenas de jovens do interior do Rio Grande do Sul que tentam, ainda na adolescência, oportunidades para trabalhar na indústria local. Mateus decidiu seu caminho profissional inspirado nos passos de outras pessoas da família: um primo mais velho decidiu estudar mecatrônica no SENAI. Depois disso, outros três integrantes da família seguiram os mesmos passos. Atualmente, todos trabalham na indústria e um deles montou, inclusive, uma empresa de quadros elétricos para automação. Quando chegou a vez de Mateus, a tradição encontrou a determinação e um gosto especial por competir, não apenas por uma vaga na linha de produção de uma indústria.

Mateus quer mais e sonha estar entre os melhores do mundo na profissão que escolheu. “Eu vinha para o curso e via que o prestígio da escola tinha aumentado muito com a medalha de ouro na WorldSkills de Londres. A gente ficava olhando pelo vidro o Christian [medalhista de 2011] trabalhar e se inspirava naquilo. Aí eu falei: quero ser competidor”, conta Mateus. O interesse dividido com Diego Basso, colega de escola e do ensino técnico, era o ingrediente que faltava para formar a equipe para participar da Olimpíada do Conhecimento. Mateus é o programador e Diego, o montador da dupla.

APOIO – Amante das ciências exatas e com boas notas em matemática, física e química, ele considera que o bom desempenho na escola não foi o fundamental para ter conquistado o sonho de representar o Brasil na WorldSkills São Paulo. Mateus – hoje com 19 anos – sempre contou com apoio da família para tudo relacionado aos estudos. “Depois da prova psicológica que passamos na escolha para seguir para a Olimpíada do Conhecimento fiquei assustado com o rigor do treinamento, mas meus pais deram ficaram sempre ao meu lado”, revela.

“Minha mãe também se formou no SENAI. É técnica em eletrônica e trabalha na indústria montando placa em SMD, utilizadas como componentes de aparelho eletrônicos. Na minha família, estudo é muito valorizado”, diz.

Filho único, Mateus mora com os pais e os avós maternos em Caxias do Sul. Além da dedicação aos livros e aos laboratórios, ele toca violão, guitarra e cavaquinho. Até o início do treino para a WorldSkills andava de skate e colocou como um dos próximos itens da lista de desafios pular de bungee jump. Mas isso, só depois da medalha de ouro em automação industrial na primeira quinzena agosto, que, se for mesmo conquistada, será o tricampeonato mundial em Mecatrônica para o SENAI de Caxias do Sul.

PLANOS – O futuro que deve começar a ser desenhado a partir de então já tem alguns outros elementos. “Quero me formar em engenharia de controle industrial, um curso que demora sete anos. Depois, devo estudar fora do Brasil, na Alemanha ou na Itália”, projeta. Quando questionado sobre os planos para a vida adulta, Mateus não se esquece de voltar ao ponto onde tudo começou. Assim como os primos o incentivaram, ele quer ser um novo exemplo para os mais novos. “Nos encontros de família, conversamos sobre minha experiência como competidor da Olimpíada do Conhecimento e agora da WorldSkills. Minhas tias sabem que eu abri novas portas e os primos mais novos podem continuar com esse caminho” diz, em relação às competições de educação profissional.

Se algum deles quiser seguir a carreira de competidor, já pode contar com uma dica: “Você tem de encontrar algo que goste muito de fazer, que o motive muito. E aí, não recue diante de nada”.

A WORLDSKILLS - O Brasil será representado por 56 jovens profissionais técnicos na 43ª edição da WorldSkills Competition, em São Paulo, de 11 a 16 de agosto. Essa é a maior delegação já reunida pelo país para a competição. Na WorldSkills, os 1.200 competidores, todos com menos de 22 anos de idade, de 62 países, disputam medalhas em 50 profissões da indústria e do setor de serviços. Ao longo de quatro dias de provas, eles precisam alcançar índices de excelência ao executar tarefas semelhantes às que realizariam em situações reais do dia a dia das indústrias ou no setor de serviços. Todos são avaliados pelas habilidades técnicas e pessoais.

SAIBA MAIS - Saiba tudo sobre a WorldSkills São Paulo 2015. Acesse o site do mundial. Para conhecer os outros competidores brasileiros, acesse o site da Olimpíada do Conhecimento/WorldSkills, do SENAI.

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