Áreas como Engenharia e Tecnologia da Informação, antigamente compostas por uma maioria masculina, deverão, num futuro não tão distante, ter um quadro muito mais equilibrado, com um aumento significativo no número de mulheres em atuação.

Ações que buscam incentivar a robótica entre crianças e adolescentes têm surtido efeito positivo no aprendizado, e despertado o interesse de meninos e meninas pelo assunto.

Para se ter uma ideia, mais de cinco mil estudantes de todo o Brasil estão inscritos para participar dos torneios regionais de robótica promovidos pelo Serviço Social da Indústria (SESI), que é operador oficial no Brasil da FIRST LEGO League desde 2013.

Deste total, 43% (mais de 2 mil e 200) dos estudantes são meninas, que compõem as equipes que vão competir nesses torneios, em que os estudantes precisam desenvolver um robô com peças específicas de LEGO capaz de cumprir uma série de funções, dentro do desafio de criar cidades inteligentes, tema desta edição da competição, CITY SHAPER.  

O percentual é um dos maiores da série, em 2018, 41% dos inscritos eram meninas.

Os torneios regionais vão até fevereiro de 2020. Os ganhadores dessas etapas ocuparão as 100 vagas disputadas para o Festival SESI de Robótica que acontecerá em março no Pavilhão da Bienal, em São Paulo.

Os profissionais do SESI responsáveis pela competição no Brasil comemoram o resultado. “Ficamos muito felizes com o crescente interesse de crianças e adolescentes pelos torneios de robótica”, celebra o diretor de operações do SESI nacional, Paulo Mol.

“O fato de termos um grande número de meninas inscritas nos mostra que estamos no caminho certo: nossa abordagem para divulgar a robótica tem alcançado bem o público feminino, deixando esse público super a vontade para se engajar pela robótica no Brasil”, disse.

TENDÊNCIA NO BRASIL E NO MUNDO - No mundo, em geral, as mulheres experimentam um crescimento significativo na ciência, que é a base do desenvolvimento da inovação. De acordo com a Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Ompi) e o relatório Elsevier Gender in The Global Research Landscape (Gênero no cenário da pesquisa global, em tradução livre), de 2017, mulheres respondem por 40% dos pesquisadores em nove das 12 regiões geográficas analisadas - União Europeia (28 países considerados em bloco), Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália, França, Brasil, Dinamarca e Portugal. 

No Brasil, a relação de gênero, em número de pesquisadores, está mais próxima da igualdade: 49% dos autores de pesquisa e artigos científicos são mulheres. Só entre 2011 e 2015, a participação das mulheres cresceu 11% no país - índice semelhante ao da Dinamarca.

A EMOÇÃO DOS TORNEIOS REGIONAIS – Nos últimos dias, unidades do SESI dos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio Grande do Norte foram palco de torneios regionais, nos quais equipes estaduais disputam entre si uma das vagas para participar do Torneio SESI de Robótica, que será realizado em março do ano que vem.

No Rio Grande do Norte – que reuniu estudantes de toda a região Nordeste - os alunos das equipes de robótica Destemidos, Gaviões Elétricos, Monxorós e Los Arretados conquistaram a classificação para a etapa nacional. 

As equipes de Alagoas demonstraram grande empenho durante a competição realizada na cidade de São Gonçalo do Amarante. A equipe Robomac, da Escola SESI do Benedito Bentes, conquistou o 1° Lugar em Design Mecânico. A SESI Cambtec, da Escola SESI/Cambona, foi campeã na categoria Processo de Pesquisa. A equipe Cambtec, da Escola SESI Cambona, foi classificada para a etapa nacional, denominada Global Innovation, onde disputará uma vaga para torneio internacional com equipes de todo o Brasil.

No Rio Grande do Sul, na competição entre escolas públicas, privadas e equipes de garagem, as equipes vencedoras foram: Veja, Tecnoway, Construtores SH, Lobóticos e Androids. Já as equipes SESI classificadas foram: Kronos, Conectados, Aventura Legow, Sapibotica e Theo Ducks.