O MAP está em 186 escolas da rede SESI na primeira série do ensino médio

O Serviço Social da Indústria (SESI) e o Instituto Reúna firmaram parceria para desenvolver um programa de recomposição da aprendizagem: o Módulo de Aprendizagem Personalizada (MAP). A iniciativa vai ajudar os educadores a diminuir as lacunas de aprendizagem entre estudantes de diferentes trajetórias, principalmente aqueles impactados pela pandemia e por tragédias climáticas, como a do Rio Grande do Sul em 2024. 

Na primeira série do Ensino Médio, cerca de 45% dos estudantes do SESI vêm de outras escolas, em grande maioria das redes públicas de ensino. Muitas vezes é na mudança de escola que o desnivelamento de conteúdos aparece.

"É muito importante oferecer instrumentos simultâneos de redução dessa assimetria, para que tanto o aluno quanto os professores consigam cumprir o cronograma do ano sem deixar de lado o fato de que alguns estudantes precisam revisitar conteúdos passados. Aí entra o MAP", explica o gerente de Educação Básica do SESI, Leonardo Pedreira.  

Com o MAP, cada escola analisa o histórico dos alunos e seleciona duas áreas do conhecimento para reforçar nas disciplinas MAP 1 e MAP 2. Atualmente, matemática e ciências da natureza são as mais escolhidas. Os professores dessas áreas são designados para ministrar aulas focadas nas habilidades essenciais, organizadas com um cronograma que garante a recomposição e o avanço das aprendizagens.  

Cada componente do programa conta com duas aulas semanais já incluídas na grade curricular, preferencialmente consecutivas. Os professores usam materiais didáticos elaborados a partir do cronograma, além de recursos de estudos com metodologias inovadoras, como a aprendizagem baseada em projetos, para despertar o protagonismo dos estudantes e garantir o engajamento nas atividades. 

O Módulo de Aprendizagem Personalizada está em 186 escolas da rede SESI na primeira série do ensino médio. Com mais de 60 professores envolvidos, cerca de 33 mil estudantes já estão sendo impactados.   

Novidade é aposta sistêmica para lidar com problemas complexos 

O programa foi estruturado com base nos Mapas de Foco da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e nas Matrizes Curriculares da Rede SESI, que identificam as habilidades essenciais para cada etapa de ensino e permitem que as escolas priorizem conteúdos fundamentais e organizam o currículo de forma estratégica. 

“É importante destacar que o MAP não é uma política de reforço escolar. Se a desigualdade educacional é um problema sistêmico na educação brasileira, precisamos trabalhar de forma sistêmica para a resolução deste desafio. Essa recomposição surge de um currículo priorizado, que usa justamente práticas que fomentem grupos heterogêneos, onde aqueles estudantes com maior facilidade trabalham juntos com aqueles que precisam de maior apoio”, reforça Leonardo. 

Para a diretora executiva do Instituto Reúna, Katia Smole, o MAP é uma resposta aos desafios que fazem parte da realidade educacional do Brasil. “Nosso compromisso é garantir que cada estudante da rede SESI tenha a oportunidade de consolidar os conhecimentos essenciais para avançar na trajetória de aprendizagem no tempo certo. Estruturamos um conjunto robusto de orientações, materiais, formação de professores e instrumentos de monitoramento que apoiam as escolas da rede SESI, desde o diagnóstico até a implementação das estratégias de recomposição”, explica Katia.  

O projeto começou com a elaboração da estrutura dos conteúdos da 1ª série do Ensino Médio, após análise dos resultados das avaliações da Rede SESI; Planejamento Pedagógico Integrado do 1º Bimestre; e, da formação entre os dias 21 e 23 de outubro de 2024.  

Em 2026, o MAP será ampliado para turmas do ensino fundamental, do 4º ao 9º ano, inspirados no sucesso dos programas de recomposição de aprendizagem do SESI São Paulo.  

Sobre o SESI 

Criado em 1946, o SESI é referência nacional na educação de jovens para o futuro do trabalho. A instituição forma protagonistas por meio da aplicação de metodologias ativas para o desenvolvimento de competências. A rede está presente em todos os Estados e no DF com sistema de ensino próprio, que conta com materiais didáticos construídos colaborativamente com professores e alinhados às exigências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e do Novo Ensino Médio. 

Sobre o Instituto Reúna 

Criado em 2019 como uma iniciativa da Fundação Lemann e do Imaginable Futures para impulsionar a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). É uma organização sem fins lucrativos que trabalha pela educação de qualidade e com equidade no Brasil. Desenvolve recursos e referências técnico-pedagógicas de excelência para uso gratuito pelas redes públicas de ensino, a fim de contribuir com a promoção da coerência pedagógica sistêmica e com a implementação da BNCC no país.