Jovens de Curitiba fazem bota para astronautas se exercitarem no espaço

Equipe Cyber Rex, da Escola Municipal Prefeito Omar Sabbag, participa do Festival SESI de Robótica, no Rio de Janeiro

Alunos da Escola Municipal Prefeito Omar Sabbag, de Curitiba, desenvolveram uma bota que auxilia os astronautas na realização de exercícios físicos. O produto foi desenvolvido para o Torneio SESI de Robótica FIRST LEGO League e classificou a equipe de robótica da escola para a etapa nacional do campeonato, realizado neste fim de semana, no Rio de Janeiro.

O time, chamado de Cyber Rex, existe desde 2012 e já chegou à final de diversos torneios. Nesta temporada, disputa ao lado de outras nove equipes do Paraná. Ao todo, 84 equipes participam do nacional neste ano, além de outros 16 times que competem no Torneio SESI FIRST Tech Challenge e 17 do Torneio SESI F1 nas Escolas.

O integrante da equipe  Cyber Rex Matheus Maximovitz, 13 anos, conta que durante as pesquisas, ele e os outros cinco colegas que compõem o time acabaram descobrindo que os astronautas, quando estão em uma missão espacial, perdem cerca de 2% da massa óssea, 15% da massa muscular e de 20 a 30% da potência muscular, ao mês. 

Devido à microgravidade, os astronautas enfrentam dificuldades para executar exercícios durante as missões espaciais. Para correr ou caminhar, por exemplo, é preciso ter elásticos e cordas para que eles fiquem fixos ao chão. Por isso, a equipe decidiu desenvolver um equipamento que ajudasse na realização de exercícios para fortalecer os músculos e os ossos dos astronautas. “O Cyber Boot Magnetos é uma bota que utiliza eletroímãs, que faz com que o explorador espacial complete diversos exercícios através deste equipamento. Ele também regula a intensidade do exercício que o viajante espacial deseja fazer”, explica o aluno do nono ano.

Curioso e desejando entender mais sobre o mundo da tecnologia, Matheus entrou para a equipe há cerca de três anos. Hoje o estudante considera a robótica um elemento essencial para o seu desenvolvimento e futuro. “Robótica não é só construir robô. A gente está aprendendo coisas que vão ajudar no nosso futuro, como cálculos matemáticos, linguagem de programações. Inclusive, eu quero ser programador”, ressalta.

AVALIAÇÃO - O torneio possui quatro tipos de avaliação: Projeto de Pesquisa para colocar as ideias no papel; Design do Robô para desenvolvê-lo; Desafio do Robô, quando a equipe tem de cumprir missões com o próprio robô; e por fim, a Core Values, quando é avaliado o trabalho em equipe.

A professora de artes da Escola Municipal Prefeito Omar Sabbag e técnica da equipe de robótica Cyber Rex, Liz Cavalcante, afirma que a participação em projetos de robótica faz com que os alunos trabalhem características muito importantes para o desenvolvimento pessoal e acadêmico, além de incentivá-los a permanecerem nesta área. “Muitos alunos que passaram pela robótica já estão encaminhados, já estão em universidades, já estão trabalhando nesse ramo da robótica, da mecatrônica, fazendo cursos e estão dentro dessa área”, destaca. 

Para a técnica, a participação dos alunos nesta temporada do Torneio SESI de Robótica FIRST LEGO League tem sido motivo de orgulho para a escola. “A gente vê de perto esses alunos crescerem de uma forma extraordinária. Eles aprendem além dos muros da escola, eles têm contato com universidades, com professores, com doutores, especialistas”, afirma a professora.

Além de chegar até a etapa nacional, o projeto desenvolvido tem sido reconhecido como inovador e revolucionário e pode chegar a ser utilizado em academias e tratamentos realizados em clínicas de fisioterapia. A Cyber Boot Magnetos também será levada até a NASA por uma empresa aeroespacial britânica para checar a possibilidade de ela ser utilizada no espaço. 

O TORNEIO - O desafio da temporada, “Into Orbit”, explora a temática espacial, envolvendo satélites, comunicação, sobrevivência e aspectos psicológicos a que os astronautas estão sujeitos em uma viagem espacial. Crianças e jovens de 9 a 16 anos podem participar da competição.

O Serviço Social da Indústria (SESI), que investe em programas de robótica desde 2006, é o responsável pela realização do torneio no Brasil. Cada equipe deve ter obrigatoriamente dois treinadores: técnico e mentor; e entre dois e 10 competidores. As equipes precisam resolver um conjunto de problemas do mundo real vivenciados por profissionais como cientistas e engenheiros. 

Para a gerente de Educação Profissional da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), Vanessa Frason, essa experiência fortalece a capacidade de inovação, criatividade e raciocínio lógico dos alunos, além de torná-los competentes para o mundo do trabalho. “O fato de a gente trabalhar com situações da vida real é importante porque vai dar para ele uma noção de como efetivamente as coisas funcionam no mundo real e certamente isso vai facilitar para ele depois, futuramente, uma formação profissional”, ressalta. 

REDES SOCIAIS - Acompanhe a cobertura completa do Festival aqui na Agência CNI de Notícias e nos perfis do Torneio no Instagram e Facebook. Todas as fotos estão no Flickr da CNI.

SAIBA MAIS - Quer saber todos os detalhes das competições? Acesse o site do Festival de Robótica.

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