Grand Prix SENAI de inovação produz 277 projetos em 48 horas

Na reta final, a missão de cada uma das seis equipes é aprimorar os projetos e selecionar os dez melhores para submeter à avaliação da banca avaliadora

Às 14h desta quarta-feira (3), quando o cronômetro do Grand Prix SENAI de Inovação virou a casa das 48 horas passadas, o placar do banco de ideias da competição apontava 277 projetos registrados. O resultado da produção dos 36 competidores confinados desde a tarde de segunda-feira está impresso em cartazes e protótipos em 3D, espalhados pelas oficinas de trabalho de cada equipe. A disputa segue até às 14h desta quinta-feira (4). Na reta final, a missão de cada uma das seis equipes é aprimorar os projetos e selecionar os dez melhores para submeter à avaliação da banca avaliadora.

Na oficina de trabalho de 20 metros quadrados da equipe Verde Perto, surgiu a ideia do Health Car (em tradução livre, Carro Saudável). O projeto consiste em um sistema de sensores instalado no volante que monitora os batimentos cardíacos do motorista e a pressão das mãos. “Se o motorista perder força, pode ser sonolência. Nesse caso, o volante treme e uma luz de alerta acende. Se os batimentos estiverem alterados, pode ser um infarto. Aí o carro diminui a velocidade e para”, explica Augusto Dttmann, 26 anos, aluno de mestrado em engenharia aeronáutica e mecânica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

O projeto é destinado a aumentar a segurança de motoristas profissionais ou de veículos pesados. Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), um motorista profissional chega a dirigir 3 mil horas por ano e tem 12 vezes mais chances de sofrer um acidente que um motorista comum.

USO RACIONAL DA ÁGUA - Já na equipe Rouxinol, um dos destaques criados até agora veio da preocupação com a reutilização de água de banho. “Nós desenhamos um sistema de reaproveitamento de água do chuveiro que, em vez de descer pelo ralo para a rede de esgoto, é armazenada em um reservatório para ser usada na descarga de vaso sanitário”, conta Caio Costa, 25 anos, consultor na área de meio ambiente e energia do SENAI do Rio de Janeiro. Ainda pensando no meio ambiente, o bombeamento da água se daria por meio de energia solar, com placas de captação instaladas no telhado da casa.

Os integrantes da Laranja Mecânica também pensaram em uma solução industrial com fins sustentáveis, aliada ao setor de cosméticos. Segundo Erika Onozato, 32 anos, integrante do time e analista de projetos e inovação social do SESI do Paraná, as fórmulas de xampu atuais levam entre 60% e 70% de água. “Por isso, focamos no uso consciente deste que é um recurso finito e propusemos o xampu em pastilha. A aceitação foi imediata e até já conversamos com representantes da indústria cosmética para aprimorar a ideia”, comemora Erika.


Participando da imersão do Grand Prix pela primeira vez, o estudante de engenharia de produção da Universidade de Brasília (UnB) Tiago Schwingel, 22 anos, diz que a vantagem da competição é a troca de informações. “Aqui nós temos a oportunidade e a liberdade de criar, de gerenciar o conflito de ideias e opiniões, de administrar o tempo e a pressão. É uma experiência única”, avalia Schwingel.

Para o aluno de mestrado em engenharia aeronáutica e mecânica do ITA, Eduardo Novais, 24 anos, a corrida de inovação se resume ao aprendizado. “Isso aqui é recompensador pela troca de experiências e pelo exercício de criação, é enriquecedor em termos de conhecimento e instigante por causa da competição”, diz o integrante da equipe Inovatar.

A visitação à arena do Grand Prix SENAI de Inovação é aberta ao público e gratuita. Quem quiser, pode conferir o banco de ideias e votar nos projetos favoritos pela internet .

O GRAND PRIX – Inspirado em um modelo sueco, o Grand Prix SENAI de Inovação promove a inovação aberta industrial – quando ideias são incrementadas com contribuições externas, em parcerias entre empresas, institutos de pesquisa e desenvolvimento e universidades. Durante 72 horas corridas, 36 competidores, divididos em seis times multidisciplinares, precisam criar soluções industriais para desafios do mundo moderno nas áreas de uso racional da água, energia renovável, segurança do trabalho e reaproveitamento de resíduos sólidos.

Ganha quem tiver mais e melhores ideias inovadoras. Ao final, os três melhores projetos ganharão R$ 300 mil cada pré-aprovados no Edital SENAI SESI de Inovação para serem desenvolvidos levados ao mercado. O evento acontece no WTC, em São Paulo, vai até amanhã, 4 de dezembro, e é uma iniciativa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), em parceria com o Serviço Social da Indústria (SESI).

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