Estudantes do SESI são premiados em feira científica da USP

Os projetos premiados incluem um repelente natural e um suporte para facilitar a vida de cadeirantes em supermercados

A equipe do SESI de Dourados ficou em 4º lugar na categoria "Ciências Sociais e Aplicadas"

Os jovens cientistas das escolas do Serviço Social da Indústrias (SESI) de Mato Grosso do Sul, das cidades de Aparecida do Taboado e Dourados conquistaram, respectivamente, os 3º e 4º lugares em duas categorias da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) 2020, promovida pela Universidade de São Paulo (USP) e considerada o maior evento científico estudantil do Brasil.

Os vencedores foram anunciados no sábado (4) em uma transmissão online comandada pelos mestres de cerimônia Iberê Thenório e Mari Fulfaro, do canal Manual do Mundo, um dos principais canais de ciências e tecnologia do Brasil. Os projetos foram desenvolvidos durante as aulas extracurriculares de Iniciação Científica e se destacaram em meio aos 750 projetos inscritos por estudantes de escolas públicas e privadas.

Da escola do SESI de Aparecida do Taboado, os alunos Diego Soares, Igor Guissani e João Victor Sidronio, orientados pelo professor Vinicius Agostini Machado, criaram um repelente desenvolvido à base do fruto Noni (Morinda citrifolia) e aplicado ao caruncho do milho (Sitophilus zeamais), como um repelente natural dos insetos em embalagens de alimentos.

O projeto ficou em 3º lugar, entre os 32 que concorriam na categoria Ciências da Saúde.

Em Aparecida do Taboado, os estudantes criaram um repelente natural para alimentos

Já os alunos da escola de Dourados, Luana Heck dos Santos, Lucas Diosnel Duarte Cano e Samuel Alves Alencar, sob a orientação dos professores Diego Corrêa da Silva e Cristiane Girelli, desenvolveram um suporte para autonomia de cadeirantes. Trata-se de um carrinho adaptável para cadeiras de rodas que os auxilia em supermercados, contribuindo para maior autonomia e inclusão na sociedade.

O trabalho foi o 4º lugar da categoria Ciências Sociais e Aplicadas, em que concorriam 23 projetos.

Premiação serve de incentivo para outros projetos

A turma de Iniciação Científica da escola de Aparecida do Taboado fez uma chamada de vídeo para, ainda que à distância, pudesse acompanhar a transmissão da cerimônia de premiação da Febrace. Para o aluno João Victor Sidronio, o desenvolvimento do repelente para carunchos evoluiu muito rápido ao longo das aulas de Iniciação Científica.

"Foi tão rápido a ponto de ser premiado da Febrace. Os desafios superados foram fundamentais para entendermos a importância da iniciação científica. O projeto não acabou e temos idéias promissoras para os próximos passos", afirmou.

A equipe fez uma vídeo chamada para acompanhar a premiação unida

O estudante Diego Soares conta como foi a experiência de começar um projeto científico do zero. "Não foi fácil, mas estudamos vários artigos e realizamos muitos testes que geraram muito aprendizado para todos nós. Agradeço ao professor Vinicius e à diretora Silvia pelo apoio e por termos conseguido chegar tão longe", comemorou.

Orientador do projeto, o professor Vinicius comenta a sensação de dever cumprido. "Motivar os alunos a praticar ciência e mostrar a eles do que são capazes tem sido recompensador. É uma grande realização profissional e que venha a Febrace 2021", disse.

De Dourados, a experiência da Febrace marcou a vida profissional dos alunos. "Foi muito importante para mim, uma experiência que levarei para a vida toda. Adorei estar presente, mesmo que tenha sido tudo virtual", afirmou Lucas Duarte Cano, acrescentando que espera conseguir avançar no protótipo do suporte para cadeirantes.

“Até a experiência de apresentar virtualmente foi diferente para nós, apesar de não podermos ir presencialmente até São Paulo, fomos muito bem avaliados. A Febrace aguça o censo crítico, nos prepara melhor para a faculdade e faz crescer como ser humano”, avalia a colega de equipe Luana Heck dos Santos.

Estudantes de Dourados criaram um carrinho de compras adaptado para cadeirantes

O professor Diego Corrêa da Silva, orientador dos alunos, reforça a importância da valorização da ciência e da pesquisa, especialmente em meio ao avanço mundial do novo coronavírus, que vem mostrando os esforços de universidades e pesquisadores na busca por soluções contra a pandemia. 

"Acredito que a Febrace mostra a importância do incentivo, já na educação básica, para os estudantes começarem a atuar como cientistas e, principalmente, exercerem sua cidadania, contribuindo para ajudar de alguma forma a solucionar problemas identificados por eles", finalizou.

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