As aulas de robótica nas escolas do Serviço Social da Indústria (SESI) estimulam o empreendedorismo, incentivam o interesse pelas novas tecnologias e inspiram os alunos a desenvolverem produtos que melhoram o dia-a-dia das pessoas. Exemplos disso são o ππ (Pipi), que ajuda a economizar água na descarga do vaso sanitário, e o Castelo, um conjunto de tecnologias que formam a casa inteligente para os cães. Ambos estão em exibição na Olimpíada do Conhecimento, que ocorre até o domingo (8) no Centro Internacional de Convenções de Brasília (CICB).
O Pipi – cuja marca comercial é formada por duas letras gregas pi (π) – foi criado pelos estudantes Matheus Queiroz, 16 anos, Julia Porto, 15 anos, e Eduardo Luz, 15 anos, que cursam o ensino médio da escola SESI no Gama, cidade próxima a Brasília. Eles desenvolveram o Pipi durante a temporada de 2017 do Torneio de Robótica, cujo tema era crise hídrica. Reunidos na equipe Megazord, eles buscavam uma solução para o uso racional da água. “As pesquisas mostraram que as descargas do vaso sanitário eram responsáveis por 60% do desperdício de água nas casas”, conta Matheus. “Como o banheiro é o vilão da casa, a solução era diminuir o número de vezes que as pessoas acionam a descarga”, completa Julia.
BANHEIRO SEMPRE LIMPO - Eles desenvolveram uma solução biodegradável que dispensa o uso da descarga quando a pessoa urina. Julia garante que 30 mililitros da solução PiPi são suficientes para higienizar o vaso sanitário. Além da ação bactericida que tira o odor, o produto tem um componente que muda a cor da urina, que deixa o banheiro sempre limpo.
O Pipi, explica Julia, é resultado da combinação de três produtos: ácido cítrico, sal quartenário de amônio, corante biodegradável e essência de lavanda. O custo de um litro é de R$ 3,14. Mas o produto ainda não está disponível no mercado. Os estudantes pretendem registrar a patente e buscar parcerias com empresas para produção e comercialização em escala do produto.
Mas os consumidores não precisam esperar o Pipi chegar ao mercado. É possível fazer a solução em casa, pois os criadores estudantes dão a receita na página da equipe no Facebook. (Megazord). “Os componentes são baratos e fáceis de encontrar no mercado”, diz Matheus. Ao disponibilizar a receita no Facebook, os estudantes disseminam o conhecimento e estimulam o uso racional da água.
CASA INTELIGENTE PARA CACHORRO – O Castelo, acrônimo de "casa sustentável tecnológica do elo animal", também é resultado dos desafios propostos pelo Torneio de Robótica na temporada 2016-2017, cujo tema era Animal Allies, que buscava a integração e o bem-estar de humanos e animais. Dispostos a vencer o desafio, os estudantes Guilherme Souza, 19 anos, Julia Alves, 18 anos, e Mariana dos Santos, 18 anos, que estudavam na escola SESI, do Gama e formavam a equipe BISC 8, criaram o Castelo. Agora, os três concluíram o ensino médio e se preparam para começar o curso superior na Universidade de Brasília (UnB).
O Castelo é um sistema automatizado que permite acompanhar, por meio de um aplicativo, o dia-a-dia do cão que fica em casa. O sistema reúne um equipamento que libera porções de ração e água, uma câmara monitora todo o espaço e outro equipamento que permite controlar a ventilação e a iluminação do espaço. “A ideia é proporcionar bem-estar ao animal”, afirma Mariana.
O sistema ainda não está disponível no mercado. Nos próximos dias, os estudantes pretendem aperfeiçoar o protótipo e buscar o registro da patente.
A OLIMPÍADA – A Olimpíada do Conhecimento 2018 apresenta, em um espaço de 25 mil metros quadrados, inovações que prometem melhorar o dia a dia nos centros urbanos e revolucionar a educação. No espaço, os visitantes poderão conhecer a Cidade Inteligente e a Escola do Futuro, ambientes criados pelo Serviço Social da Indústria (SESI) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) que mostram as principais tendências de inovação e tecnologia voltadas para aprendizagem, qualidade de vida e competitividade.
SAIBA MAIS
10º edição da Olimpíada do Conhecimento
5 a 8 de julho de 2018
Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), próximo à ponte JK
Entrada gratuita