Equipe do SESI BA participa de mundial de F1 in Schools

Vencedora do Torneio SESI de Robótica F1, a Sevenspeed chega ao campeonato, em Abu Dhabi, pronta para mostrar o potencial do Brasil na robótica

Os seis integrantes da equipe Sevenspeed no embarque para o torneio mundial de F1

Um misto de emoção e de muita garra marcou o embarque dos seis estudantes do Serviço Social da Indústria (SESI) para Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, onde será realizada, a partir do próximo final de semana, a etapa mundial do torneio de Fórmula 1 nas escolas (F1 in Schools).

A equipe Sevenspeed, da escola SESI Reitor Miguel Calmon, do Largo do Retiro, em Salvador (BA), partiu nesta quarta-feira (20) levando na mala muita vontade de vencer e um orgulho imenso de representar a região nordeste e o Brasil neste campeonato internacional.

O campeonato mundial de F1 in Schools será realizado a partir do próximo domingo (24), junto com o GP de Fórmula 1, no circuito Yas Marina.

Aproximadamente 300 competidores de 60 equipes de mais de 25 países participam da disputa, que consiste em projetar e desenvolver um mini carro de fórmula 1, com design e aerodinâmica que façam ele cumprir a corrida no menor tempo possível. Além disso, os estudantes precisam criar uma escuderia, elaborar um plano de negócios, marketing e patrocínio, além de montar seus próprios pits e boxes da competição. Eles serão avaliados em todos esses requisitos e muito mais.

O mini carro de F1 desenvolvido pela equipe do SESI Bahia

Quando chegarem a Abu Dhabi, antes mesmo da corrida em si, as equipes precisam montar seus pits, que são aquelas áreas das boxes onde fica a equipe de engenheiros e mecânicos de fórmula um. Nos outros dias de competição, a equipe se revezará entre as pistas e o pit, e serão constantemente avaliados pelos juízes da prova, que são representantes de empresas de F1, como Ferrari e McLaren.

Além da velocidade dos carrinhos, o torneio tem outras 21 premiações, como melhor equipe iniciante, melhor design e melhor plano de negócios. Após a competição, as equipes farão uma visita ao circuito Yas Marina, e vão conhecer os bastidores do GP de Fórmula 1.

OS BAIANOS DA SEVENSPEED – O estudante Geovane Souza Santos afirma que ter se envolvido com a competição foi algo que transformou a sua vida. “Tenho 17 anos e aprendi que precisamos sempre ir atrás do que queremos e não nos deixar abater por um não”, revela o jovem, que descobriu também o quanto gosta de finanças e matemática e agora sonha em fazer licenciatura na disciplina. Responsável pelo disparo do carrinho de corrida na competição, Geovane diz estar preparado.

“Tenho consciência do desafio que é participar de uma competição internacional, mas treinei muito e confio na minha capacidade. Vou tirar de letra”, declara, com autoconfiança.

Mais jovem integrante da Sevenspeed, Ícaro Canela de Almeida é o único da equipe de 2019 que vai continuar na escola em 2020, já que ainda está terminando o 2º ano do ensino médio. Sua missão daqui para a frente vai ser compartilhar todo o aprendizado com os novos integrantes da Sevenspeed, que há alguns meses já acompanham os treinos da equipe.

“Pretendo passar a experiência para os novos meninos e a experiência internacional porque acho que vai agregar muito para a equipe”, explica Ícaro, que ganhou a vaga de engenheiro por se interessar por tecnologia.

“Não tinha nenhuma noção de engenharia automotiva, só gostava da ideia de estudar o assunto e comecei a aprender sobre o processo e engenharia”, explica o jovem, que se sente mais “adulto” depois de tudo o que viveu e está vivendo na equipe. “A gente aprende a saber lidar com pessoas”, explica. 

Já Beatriz Mota exercitou com sua voz tranquila, mas assertiva, a função de liderança. “Tudo aconteceu muito rápido. Foi um ano de grandes mudanças: estou terminando o ensino médio, realizando esse sonho de ir para um torneio internacional, atingi a maioridade. A Sevenspeed e o F1 me ensinaram a lidar com tudo isso e aprendi que a pressão se combate com foco e tranquilidade”, revela Beatriz. Sobre a experiência de liderar, ela aprendeu que mesmo que haja limitações, pessoais ou profissionais, “o importante é saber lidar com as diferenças”. 

Os estudantes foram destaque no Torneio SESI de Robótica

Na função de liderança, ela teve que apoiar os colegas nas diversas áreas. Com isso, acredita que todos amadureceram juntos. Outro ganho, na avaliação dela, foi o fortalecimento da amizade entre os integrantes. “A gente está junto o tempo todo, inclusive nos finais de semana”, conta. E o futuro? Para Beatriz, no momento, é entrar no curso de engenharia mecânica e seguir em frente.

João Víctor Bezerra também acredita que a experiência na equipe Sevenspeed o levará ainda bem longe. Designer da equipe, ele se prepara para ingressar na universidade para cursar engenharia automobilística. “A competição de F1 me ajudou a decidir o que quero fazer para o resto da minha vida”, revela, acrescentando que se tornou mais responsável e aprendeu a focar no aprendizado para atingir seus objetivos.

“Estou confiante e sabendo que a gente deu nosso melhor”, complementa João.

Para Franciele Moraes, participar do torneio internacional representa também uma “oportunidade única, rica em conhecimento e experiências”, destaca.

“É algo que eu não esperava e sinto orgulho de cada um que fez parte dessa história, da qual eu pude participar com muito ânimo e alegria”.

Beatriz Valongo, diretora de finanças do time, conta que a experiência com as contas fez com que ela passasse a contribuir mais para a gestão do orçamento da família.

“Aprendi muito mais como controlar o dinheiro e fazer ele render para conseguir abranger todos os gastos, saber no que se está gastando e como”, detalha a estudante.

Com o aprendizado, sonha fazer engenharia de produção. “Descobri que gosto dessa parte de finanças e controle de produção”, complementa. 

Familiares e amigos se reuniram no aeroporto para despedida da equipe

Orgulhoso com as conquistas individuais dos alunos e tudo o que superaram para chegar até aqui, o professor Robson Nunes conta o que significou para ele embarcar nesta aventura. “Foi para mim também um novo desafio. Não conhecia esta modalidade (F1 In Schools) e tive que mergulhar fundo nas regras, ponto por ponto, junto com a equipe”, explica. 

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