Londres - O desenvolvimento econômico e social depende da capacidade dos países de formar mão de obra qualificada. A afirmação foi feita nesta quinta-feira, 6 de outubro, em Londres, pelo australiano Tjerk Dusseldorp, presidente do WorldSkills International, uma organização que reúne instituições voltadas à educação profissional em todo o mundo. "As competências humanas fazem a riqueza das nações", destacou Dusseldorp, em entrevista durante o WorldSkills, o maior torneio de educação profissional do mundo.
Prova de que a formação profissional alavanca o crescimento, explicou ele, é que países com pequenas de pequenas áreas territoriais e com poucos recursos naturais, como a Suíça, a Coréia do Sul e o Japão, se transformaram em potências econômicas porque investiram na educação profissional. "Outros países com grandes territórios e recursos naturais abundantes não fizeram o mesmo e continuam sendo países em desenvolvimento."
Dusseldorp citou a atuação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) na formação de mão de obra no Brasil como um exemplo a ser seguido por instituições de todo mundo. "Ao facilitar o acesso dos jovens à formação profissional, o SENAI ajuda o Brasil a crescer."
Outro exemplo do impacto da falta de investimento em formação profissional é, segundo Dusseldorp, é o da Espanha, que tem o mais elevado nível de desemprego de jovens da Europa. "Além da crise, os jovens espanhóis não encontram trabalho, porque a maioria só tem formação geral. Há falta de competências técnicas."
Para o presidente do WorldSkills International, parte do baixo investimento em educação profissional no mundo se deve ao forte estímulo que os jovens recebem dos país para fazer curso superior. "Poucos procuram a aprendizagem técnica e, com isso, há muitos jovens sem trabalho", disse Dusseldorp.
Por isso, ele deixou um conselho aos jovens de todo o mundo: "façam um curso técnico, que desenvolva competências para o trabalho."