Jeferson Mateucci é um dos principais responsáveis para que a WorldSkills aconteça no Brasil

Ao longo da história da WorldSkills, o Brasil tem se destacado não apenas nas provas e premiações, mas também na trajetória profissional após o evento. Estamos falando dos ex-competidores que trilharam o caminho para se tornarem delegados técnicos e experts da maior competição de educação profissional do mundo.

A Agência de Notícias da Indústria conversou com alguns desses profissionais que assumiram papéis de liderança e são responsáveis pela preparação da nova geração de talentos da WS.

Um deles é Jeferson Mateucci, que desempenha uma série de funções, sendo um dos principais responsáveis por fazer com que a WorldSkills aconteça no Brasil. Ele é coordenador técnico da competição nacional e delegado técnico do time brasileiro na etapa mundial. Já no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), como operador oficial do torneio no país, é especialista em desenvolvimento industrial. E tudo isso começou há mais de 30 anos, no interior de São Paulo, no município de Americana.

Mateucci foi medalhista de ouro estadual e nacional na categoria Fresagem CNC. Ao todo, seu histórico reúne oito participações em mundiais WS, como competidor, intérprete e, mais recentemente, como delegado técnico.

As lágrimas não conseguem ser contidas ao relembrar toda a sua história com a WorldSkills. Do alto de uma das escadas do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília (DF), onde está sendo realizada a final da seletiva nacional, Jeferson explica o quanto a competição é importante para os jovens que estão ali. “Muitos aqui têm uma situação difícil de vida, em que a família depende deles e a WorldSkills é a oportunidade de transformar a própria história e de toda a família”, destaca, ainda emocionado. 

Para o delegado técnico, a paixão por realizar esse trabalho compensa qualquer cansaço e esforço, e a maior vitória que ele poderia ter na WS, além das medalhas, é o reconhecimento por ajudar e ser inspiração para tantas gerações de competidores. “Um dia estive nessa posição. A educação, em especial, a educação profissional, muda mesmo a vida das pessoas, posso dizer isso por mim”, declara. 

O sentimento de orgulho e colaboração transmitido por Jeferson é compartilhado por todos os profissionais da WS, basta dar uma volta pela competição para conhecer um pouco da história deles. Luiz Augusto Soares, ex-competidor de Construção Digital BIM, conheceu o SENAI e a WorldSkills por meio do projeto Soldado Cidadão, do exército brasileiro, desde então, não saiu mais, hoje também ensina com a sua experiência uma aluna representante do Distrito Federal.  

Em 2023, ele foi medalhista de prata na etapa nacional e teve como avaliador o medalhista de bronze da edição anterior. Agora, junto com a delegação, estão em busca da posição mais alta do pódio: o ouro. 

Luiz Augusto Soares foi medalhista de prata na categoria Construção Digital BIM na seletiva nacional de 2023

“Usamos a experiência para aperfeiçoar o que colocamos em prática nos anos anteriores e evitar as falhas cometidas. Não basta saber apenas a parte técnica, estamos lidando com pessoas, emoções, expectativas, é um sonho ser destaque nessa competição”, explica. 

O instrutor técnico do SENAI Taguatinga se empenha, com a mesma dedicação da sua época de competidor, para que a jovem Geovana de Paula, de 19 anos, conquiste o tão esperado primeiro lugar da categoria para o Distrito Federal. 

Esse espírito também se espalha entre os representantes do Sul do país. Gabriel Galdino, ex-competidor de Gestão de Sistemas de Redes de TI, agora atua como avaliador líder da ocupação de Computação em Nuvem e avaliador de Segurança Cibernética da delegação do Paraná. Ele também destaca a importância do torneio para o crescimento pessoal e profissional dos jovens que passam por esse mundo da WorldSkills. 

“Um profissional que tem na bagagem a experiência da WorldSkills se destaca dos demais, não apenas pelo aprendizado técnico, que se torna um diferencial na carreira, como também pela preparação emocional”, enfatiza. 

Gabriel Galdino, ex-competidor de Gestão de Sistemas de Redes de TI, agora atua como avaliador de Segurança Cibernética da delegação do Paraná

Gabriel competiu em 2018 na seletiva nacional, realizada em Manaus (AM), onde conquistou a medalha de excelência por ter alcançado o quarto lugar da categoria que disputava. Na última edição do mundial, viajou para Lyon, na França, como avaliador na delegação brasileira. “A WS mudou a minha carreira e toda a minha vida, foi uma grande oportunidade para mim e abre muitas portas para todos os estudantes que estão aqui”, conclui.

A grande final da WorldSkills Brasil está marcada para domingo (28), em Brasília. Mais de 150 competidores concorrem por vagas na delegação que representará o Brasil em 2026 na China. Acompanhe todas as atualizações do evento na Agência de Notícias da Indústria. Confira também as melhores fotos da WS no Distrito Federal no Flickr! 

Confira a seguir um vídeo que mostra como, nessa competição, é possível descobrir o melhor competidor do país e por que isso é tão importante: