Competições regionais de robótica agitam o Brasil

Além do Nordeste, São Paulo e Rio Grande do Sul, região Centro-Oeste reuniu mais de 300 estudantes na disputa por uma vaga no torneio nacional

Pouco importa se é dezembro, e se as escolas já estão em férias. A unidade do Serviço Social da Indústria (SESI) da Vila Canaã, em Goiânia/GO, abriu suas portas nesta semana para receber estudantes de todo o estado de Goiás e Tocantins, para a disputa regional na categoria FIRST LEGO League (FLL).

Ao todo, neste regional, 46 equipes disputaram com muita empolgação uma das seis vagas disponíveis para poderem participar do Torneio SESI de Robótica, em março do ano que vem, cujo tema é Cidades Inteligentes.

Apesar de competirem entre si, o clima entre elas foi de muita amizade e cooperação. Até no momento do “grito de garra” (não de guerra, porque, aqui, todos são a favor da paz), equipes adversárias se ajudam e cantam, além do seu próprio grito, o canto dos colegas.

As equipes passam por quatro avaliações distintas. Na avaliação de "core values", os juízes analisam se o grupo sabe trabalhar em equipe, observando a participação de todos na resolução de um desafio surpresa, proposto no momento da apresentação individual.

Depois, o time segue para a avaliação do projeto de inovação. Aqui, eles precisam explicar qual problema detectado na cidade foi escolhido, e quais soluções eles propõem. Um equipamento que começa a apitar toda vez que alguém estaciona de forma indevida numa vaga exclusiva para deficientes. Um semáforo que, além emitir um alarme sonoro, para surdos saberem o momento de atravessar, também vibra, para até os distraídos olhando para o celular ficarem atentos ao atravessar a rua.

Na avaliação do design do robô, os estudantes precisam explicar para os juízes como montaram seu protótipo de Lego, e como utilizaram o software de programação para conseguir programar a movimentação dele no tapete de competição. Como se não já tivessem passado por emoções suficientes, depois de tudo isso, nossos pequenos heróis, com idades entre 9 e 16 anos, vão para as arenas, onde os robôs precisam cumprir missões se movimentando pela mesa em 2 minutos e meio. 

OS IDOSOS NAS CIDADES – Entre os vários projetos apresentados, a equipe Ninjas da Paz, do SESI Niquelânida, propôs a criação de um centro de convivência de idosos. Eles contam que escolheram esse tema por observarem que, apesar do grande número de idosos, a cidade deles conta com poucas opções para a terceira idade. Quem deu a ideia foi o estudante João Pedro Rêgo, de 9 anos. “Meu avô morreu faz pouco tempo e, antes disso, ele só ficava triste e deitado”, conta o pequeno.

Os estudantes – que participam pela primeira vez de um torneio de robótica - também afirmam que, no centro de convivência, teria espaço para que crianças e adolescentes ensinassem os idosos a usar as redes sociais. “Vamos passar para eles um pouco da nossa sabedoria”, diz Ana Clara da Cunha, de 10 anos.

Para o especialista em cidades inteligentes, Renato de Castro, a ideia da equipe tem tudo a ver com uma cidade inteligente, pois, ajuda a prevenir doenças como depressão e hipertensão: “Que legal! Seria realmente importante a criação de espaços assim, isso promove a integração entre gerações”, disse.

O grito de garra da equipe é:“Trabalhamos juntos, conquistamos grandes coisas, nos divertimos e reforçamos os valores! A inclusão é nosso lema e a diversão não é problema! Lêêê, Lê Lê ô, Lê Lê ô, Lê Lê ô, Ninjas da Paz!”

ESCOLAS PÚBLICAS NA ROBÓTICA – Além de escolas SESI e particulares de Goiás e Tocantins, o evento reuniu também equipes de escolas públicas do estado, que receberam apoio do SESI para começarem a entrar no mundo da robótica.

Uma delas foi a equipe da Escola Municipal Francisco Rafael Campos, que chegou ao local bastante animada. O superintendente de Inovação e Tecnologias Educacionais da Secretaria de Educação do município de Aparecida de Goiânia, Rogério Fernandes, conta que a mentoria e a doação de equipamentos feita pelo SESI fez toda a diferença para os estudantes da rede pública da cidade. “O projeto foi apresentado para a prefeitura e, logo depois, implementado em 50% da nossa rede de escolas. Para 2020, a prefeitura já anunciou que a robótica estará em 100% da nossa rede”, conta o superintendente.

PRÓXIMOS PASSOS – Após o período de festas e de um rápido descanso, no final de janeiro do ano que vem, equipes de outras regiões do país também realizarão seus torneios regionais. Pará, Bahia, Paraná, Espírito Santo e Minas Gerais são alguns dos estados que receberão os torneios.

Ao todo, 100 equipes de todo o Brasil serão selecionadas para irem para São Paulo, em 2020. O torneio nacional ocorrerá nos dias 6, 7 e 8 de março.

Do nacional, sairão as equipes que representarão o Brasil no torneio mundial, nos Estados Unidos. Haja coração, criatividade e animação!

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