Alesson é o primeiro competidor brasileiro de Modelagem de Protótipos

O país garantiu a vaga graças ao talento de Alesson e à disposição do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) em reunir experiências e conhecimentos para preparar o competidor

Alesson é de Curitiba

O paranaense Alesson Roger Lopes, 21 anos, tem uma missão especial na WorldSkills São Paulo. Como primeiro representante do Brasil na ocupação Modelagem de Protótipos, ele está construindo um novo caminho na história do Brasil na olimpíada mundial das profissões. O país garantiu a vaga graças ao talento de Alesson e à disposição do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) em reunir experiências e conhecimentos para preparar o competidor. “Estamos desbravando a modalidade. A preparação para a ocupação é muito diferente das outras em que o Brasil já tem tradição”, conta Alesson.

Abrir novos caminhos parece não ser uma novidade na vida do jovem. Ele perdeu a mãe aos quatro anos. Dos cinco aos 12, morou com o pai e os dois irmãos mais novos. Aos 16 anos, conseguiu uma vaga de menor aprendiz na indústria Bosch, em Curitiba, empresa em que um primo trabalhava. “Ele me apresentou a oportunidade e eu me interessei. Nessa época, eu já trabalhava em loja e decidi mudar”, revela.

O curso de aprendizagem industrial em mecânica geral foi o primeiro passo para as competições de educação profissional e a faculdade de Engenharia. Hoje, Alesson divide o tempo entre o treinamento para a WorldSkills São Paulo e a graduação em Engenharia Mecânica. O trabalho na Bosch continuou até 2013 em tempo parcial. Desde 2014, a empresa o liberou para se dedicar integralmente à competição sem ter de sacrificar as aulas na faculdade. “A Bosch tem uma escola dentro da sede em Curitiba. Eles valorizam muito a boa formação. Então eles veem como vantagem eu estar aqui dedicado ao treinamento”, revela.

Ele conta que na empresa ele passou por treinamentos em máquinas de usinagem convencionais e automatizadas. Essa fase, além de colaborar com seu desempenho nas provas do mundial, vai fazer grande diferença em sua carreira profissional. Em um ano, Alesson se forma engenheiro mecânico e acredita que vá chegar ao mercado de trabalho em vantagem sobre os colegas. “Ser engenheiro, para quem nunca passou pelo SENAI, é muito diferente. Eu aprendi a lidar com problemas do dia a dia do trabalho e a aprendizagem me ajudou até na faculdade”, avalia.

O apoio da empresa não é o único a pesar nessa reta final de preparação. “Minha família gosta muito de ver essa dedicação. Minha avó, que é como se fosse minha mãe, minhas tias, meu pai e meu irmão, todos eles ficam bastante realizados com meu desempenho nas provas”, diz.

Depois da competição, Alesson retomará o trabalho na Bosch e se dedicará a concluir a faculdade. Ele planeja atuar na área de desenvolvimento de produtos, mas a modelagem de protótipos acabou entrando na lista de interesses. “O problema é que, no Brasil, isso ainda é pouco difundido nas empresas”, diz. Quem sabe este não será um novo caminho para ele desbravar.

A WORLDSKILLS - O Brasil será representado por 56 jovens profissionais técnicos na 43ª edição da WorldSkills Competition, que será realizada em São Paulo de 11 a 16 de agosto. Essa é a maior delegação já reunida pelo país para a competição. Na WorldSkills, os 1.200 competidores, todos com menos de 22 anos de idade, de 62 países, disputam medalhas em 50 profissões da indústria e do setor de serviços.

Ao longo de quatro dias de provas, eles precisam alcançar índices de excelência ao executar tarefas semelhantes às que realizariam em situações reais do dia a dia das indústrias ou no setor de serviços. Todos são avaliados pelas habilidades técnicas e pessoais.

SAIBA MAIS - Saiba tudo sobre a WorldSkills São Paulo 2015. Acesse o site da disputa. Para conhecer os outros competidores brasileiros, acesse o site da Olimpíada do Conhecimento/WorldSkills, do SENAI.

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