Encontro Brasil-Alemanha trará oportunidade para empresas do Nordeste

Em reunião da Associação Nordeste Forte, embaixador da Alemanha no Brasil afirma que realização do EEBA em Natal, em setembro, permitirá estreitamento da relação entre empresas

O embaixador da Alemanha no Brasil, Georg Witschel, afirmou nesta terça-feira (28) que a realização do próximo Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA) em Natal (RN), em setembro, será uma oportunidade de aprofundamento das relações entre as empresas dos dois países.

Durante a reunião da Associação Nordeste Forte, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o embaixador ressaltou a diversificação e a estabilidade das relações comerciais entre o Brasil e a Alemanha. Ele considerou que, no entanto, que há espaço para o fortalecimento dessa parceria.

“Nossas relações econômicas são diversificadas, longas, duradouras, sustentáveis e estáveis, mas ainda têm capacidade para serem expandidas”, disse o embaixador. “Juntos, podemos fazer mais, especialmente no Nordeste. A embaixada e o nosso consulado geral no Recife decidiram ajustar seu foco para os potenciais dos estados nordestinos”, ressaltou.

A cônsul geral da República Federal da Alemanha para o Nordeste, Maria Könning de Siqueira, informou que, hoje, há 1,6 mil empresas alemãs no Brasil. Ela observou, porém, que elas estão concentradas nas regiões Sul e Sudeste do país. “O EEBA será uma oportunidade para demonstrar para as empresas alemãs o enorme potencial que o Nordeste do Brasil oferece. No Sul e no Sudeste, tudo foi feito. No Nordeste, tudo sobra a ser feito”, ressaltou.

Na avaliação da cônsul geral, o Nordeste oferece oportunidade de investimentos em áreas como energias renováveis, saúde, Indústria 4.0 e cooperação científica. “Muito desse potencial se enquadra na lista de prioridades da nossa política climática e ambiental”, disse ela.

COMÉRCIO INTERNACIONAL - O presidente do Nordeste Forte, Amaro Sales de Araújo, ressaltou as relações comerciais entre o Brasil e Alemanha e considerou que o momento é de oportunidade para as empresas do Nordeste. Segundo dados do Ministério da Economia, em 2018, o Brasil exportou US$ 5,2 bilhões para a Alemanha e importou US$ 10,5 bilhões do país, o que resultou num déficit comercial de US$ 5,3 bilhões. “O Nordeste é uma máquina com 50 milhões de pessoas ávidas por consumo e desenvolvimento. Queremos a parceria de nossas empresas com as instituições alemãs”, disse.

Para o embaixador Witschel, o Nordeste oferece oportunidades para as empresas alemãs em áreas tradicionais, como agricultura, química, automobilística e de petróleo, e também em novas. “A agenda digital, a Indústria 4.0, é de importância decisiva para a futura competitividade das economias brasileira e alemã”, afirmou Witschel.

LIVRE COMÉRCIO – O embaixador afirmou que, em um momento de protecionismo e segregação no comércio global, os mercados abertos permanecem como importante requisito para o crescimento e a prosperidade das economias. Por isso, disse, Brasil e Alemanha são defensores do livre comércio global. Esse engajamento, considerou o embaixador, é visível nas atuais negociações sobre o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia. 

“A Alemanha tem grande interesse em que as negociações cheguem rapidamente a uma ambiciosa conclusão. Estou convencido de que chegaremos a um resultado aceitável para todas as partes”, disse. “A contínua abertura de mercados tem potencial para tornar a economia brasileira mais fortemente integrada às cadeias globais de valor”, acrescentou.

SOBRE A ASSOCIAÇÃO – A associação sem fins lucrativos Nordeste Forte foi criada em 29 de novembro de 2016 e visa promover ações de desenvolvimento socioeconômico na Região Nordeste, contribuir para a competitividade da indústria e para o crescimento da economia. Entre seus objetivos está a redução das desigualdades regionais e a construção de um Nordeste mais forte.

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