Empresários propõem que população cobre obras da Copa e Olimpíadas

Os mega-eventos esportivos que o Brasil receberá nos próximos cinco anos - Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 - serão catalisadores de investimentos que poderão deixar um excelente legado de infraestrutura para o país

Os mega-eventos esportivos que o Brasil receberá nos próximos cinco anos - Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 - serão catalisadores de investimentos que poderão deixar um excelente legado de infraestrutura para o país. Para que isso aconteça, porém, é preciso haver melhor governança nas obras, cobrança da população e ampla divulgação pela imprensa do andamento das ações.

Essas foram as conclusões dos participantes do painel sobre mega-eventos esportivos no 29º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), encerrado nesta terça-feira, 20.09, no Pier Mauá, no Rio de Janeiro. O encontro foi promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e sua congênere alemã, a Bundesverband der Deutschen Industrie (BDI), e organizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN).

"O trabalho da Autoridade Pública Olímpica, a APO, é definir a governança, em seguida estabelecer a carteira de projetos, aprovar os orçamentos e acompanhar as obras, que serão executadas pelas três esferas de governo", explicou o presidente da APO, Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central. Afirmou ser fundamental ter aprendido com as experiências anteriores, de países que tenham promovido Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, como a Alemanha.

Meirelles ressaltou que a boa governança proporcionará que as obras sejam concluídas dentro dos prazos, sem estourar os orçamentos. "E deixando um legado para o Rio de Janeiro e o Brasil", disse.

O arquiteto Hubert Nienhoff, do escritório GMP Arkitekten, lembrou que Copas do Mundo e Olmpíadas são eventos que transformam os países e mudam o modo como são vistos pela comunidade internacional. "Uma Copa muda a reputação de um país. Foi o que vimos na Alemanha em 2006 e na África do Sul no ano passado", frisou.

Para Nienhoff, os atrasos verificados na maior parte das obras dos estádios para a Copa de 2014, assim como as obras de infraestrutura de transportes podem destruir a reputação brasileira. "Para que tudo dê certo, é preciso que a mídia e a população cobrem responsabilidade de quem está à frente dos projetos, do contrário eles não saem", disse. O arquiteto participou dos projetos e da construção de estádios para as duas últimas Copas e fez os projetos dos estádios de Brasília, Manaus e Belo Horizonte.

O diretor-executivo da Rio Negócios, Marcelo Haddad,  empresa municipal de atração de investimentos, afirmou que os dois mega-eventos darão continuidade ao aumento dos investimentos privados na cidade e no Estado. "Hoje o Rio já é a região do Brasil que tem as melhores condições de atração de investimentos, porque possui energia elétrica, infraestrutura de telecomunicações, hospitalidade, sistema financeiro e parque industrial. A Copa e as Olimpíadas vão aumentar ainda mais essa atratividade", acentuou.

Citou dois legados que o Rio terá com os mega-eventos: a capacidade de acomodação na rede hoteleira crescerá de 26,5 mil quartos para 34,1 mil quartos e serão criados 37 mil empregos fixos e 57,9 mil temporários.

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