Encontro em Fortaleza discute infraestrutura e logística portuária no Nordeste

Aspectos são vistos como grandes empecilhos para estimular o desenvolvimento da região, de acordo com José Augusto Fernandes, diretor da CNI

A fragmentação da malha de transportes e a falta de uma visão integrada são apontadas como as principais dificuldades para estimular o desenvolvimento da infraestrutura portuária da região Nordeste. A afirmação é do diretor de Políticas e Estratégia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Fernandes, que participou nesta terça-feira (28), no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, da primeira edição de 2014 da série Diálogos Capitais.

"Em alguns portos brasileiros é como se ainda estivéssemos no tempo da vela: eu não consigo garantir tempo, eu não consigo garantir horário. E isso é traduzido para o custo da mercadoria e reduz sua competitividade", explicou Fernandes. O encontro, promovido pela revista CartaCapital, em parceria com o Instituto Envolverde, contou com a presença de empresários e especialistas para debater a infraestrutura portuária daquela região.

OBRAS PRIORITÁRIAS - Para evidenciar os gargalos que podem, dentro de alguns anos, travar o escoamento da produção dos nove estados da região, Fernandes apresentou o Estudo Nordeste Competitivo. O trabalho identifica as obras prioritárias com maior potencial de reduzir custos de transporte e serve de subsídio para o poder público planejar, no médio e longo prazos, a infraestrutura de transportes do Nordeste.

De acordo com o documento, existem nove eixos logísticos com prioridade para a integração dos estados, somando 83 obras que demandariam investimentos de R$ 25,8 bilhões até 2020. Caso as obras sejam concluídas, aponta o estudo, os gastos do setor produtivo do Nordeste com transporte seriam reduzidos em 9%.

Para o diretor da CNI, o Brasil tem feito avanços para modernizar a infraestrutura e marcos regulatórios obsoletos, como a aprovação da Nova Lei dos Portos, sancionada em maio de 2013. "A Lei dos Portos acabou com as incertezas jurídicas e diminuiu a insegurança dos investidores internacionais", disse. Ele destacou, porém, que o problema da baixa eficiência dos grandes portos públicos ainda não foi resolvido. Para isso, é preciso combater a burocracia na operação dos portos que trava o comércio pelos portos brasileiros.

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