Emprego e horas trabalhadas na produção cresceram em dezembro

Pesquisa da CNI mostra que, mesmo com os sinais positivos do último mês, 2016 foi um ano difícil para a indústria. O faturamento diminuiu 12,1% e a ociosidade foi a mais alta desde 2003

Depois de 23 meses consecutivos de queda, o emprego na indústria cresceu 0,2% em dezembro frente a novembro na série com ajuste sazonal. No mesmo período, o faturamento ficou estável e as horas trabalhadas na produção aumentaram 1% na série dessazonalizada. Foi o segundo aumento seguido das horas trabalhadas na produção, que acumulam um crescimento de 1,8% no último bimestre de 2016. As informações são dos Indicadores Industriais de dezembro, divulgados nesta segunda-feira (30) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) .

Mesmo com esses sinais positivos, a massa real de salários caiu 1,6% e o rendimento médio real do trabalhador recuou 1,2% em dezembro frente a novembro na série livre de influências sazonais. Foi o terceiro mês consecutivo de queda desses dois indicadores.

A pesquisa mostra ainda que o nível de utilização da capacidade instalada voltou a cair em dezembro e fechou o ano em 76%, na série com o ajuste sazonal, o nível mais baixo desde 2003, quando começou a série histórica. A elevada ociosidade confirma o desempenho negativo do setor no ano passado.

"Os indicadores de atividade industrial mostram expressivas quedas na comparação com 2015", diz a pesquisa da CNI. O faturamento recuou 12,1% e as horas trabalhadas na produção recuaram 7,5% em 2016 frente a 2015. O emprego diminuiu 7,5%, a massa real de salários teve queda de 8,6% e o rendimento médio do trabalhador encolheu 1,2%.

Segundo o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, a queda no emprego em 2016 foi o recorde da série histórica dos Indicadores Industriais. Com a retração do mercado de trabalho, a massa real de salários e o rendimento médio do trabalhador também encolheram. "A aceleração da inflação também contribuiu com a queda no rendimento do trabalhador", afirma Castelo Branco.

Ele destaca, no entanto, que há sinais de que a atividade industrial "bateu no fundo do poço". "Gradativamente, a economia começa a dar sinais de recuperação", diz o economista. Isso ocorre, explica Castelo Branco, porque a inflação está caindo e o Banco Central acelerou a trajetória de queda dos juros. Para ele, a consolidação do quadro de recuperação deve ocorrer no segundo trimestre deste ano.

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