SENAI quer ser o Instituto Fraunhofer do Brasil

A associação alemã possui 60 centros de pesquisa aplicada em seu país e é reconhecida mundialmente por ser o elo entre a produção científica e o setor produtivo

A meta é bastante ambiciosa. O diretor de desenvolvimento do SENAI Nacional, Carlos Alberto Bork, garantiu que o SENAI será o Instituto Fraunhofer do Brasil e que seu trabalho é o de criar a ponte entre a produção acadêmica e a indústria. Bork participou do workshop Inovação, durante o Encontro Empresarial Brasil-Alemanha, nesta terça-feira (14), em São Paulo (SP), ao lado do co-criador do Instituto Fraunhofer Dieter Rombach.

"Temos uma parceria muito forte com o Fraunhofer, trabalhando o modelo e o plano de negócios deles. Não vamos inventar a roda. Vamos nos aliar aos melhores", afirmou Bork. O SENAI possui parceria com o instituto alemão para implementar 23 Institutos Senai de Inovação. A ideia é aproximar os pesquisadores das necessidades e das expectativas da indústria, em busca de inovação, desenvolvimento de produtos e melhoramento de processos.

No entanto, Bork afirma que entraves burocráticos podem atrapalhar a ação dos institutos de pesquisas nas indústrias. "O esforço que um instituto faz para responder a demanda da indústria é muito grande. Por isso, é preciso ajustar a relação entre os investimentos e os órgãos de controle", disse o diretor do Senai. Segundo ele, a Embrapii é um importante instrumento para catalisar relação inovação-indústria. "Foi um belíssimo passo", acrescentou.

INSTITUTO FRAUNHOFER - Com 30 anos de experiência em pesquisa e transferência de conhecimento no setor de informática, o professor Dieter Rombach também acumula trabalhos nas universidades norte-americanas e na NASA, onde, diz, sempre transformou pesquisa em prática.

"Assinamos no ano passado um acordo com o SENAI e temos certeza que essa cooperação será bem-sucedida", afirmou Dieter Rombach. Ele contou ainda que, na Alemanha, para cada tecnologia há um instituto de pesquisa, pois as pequenas e médias empresas precisam da inovação para ter competitividade.

Rombach lembrou que, no início, o Instituto também sofreu problemas com burocracia na Alemanha. Mas, atualmente, eles possuem seu próprio orçamento, parte dele do governo federal, para atender a indústria e decidir sobre as cooperações. "Cada país deve buscar seu modelo. Aqui, no Brasil, também poderíamos ter sistemas de incentivos, como redução de impostos para promover e apoiar as pequenas e médias empresas", diz.

INOVAR AUTO - Para Marco Antonio Saltini, vice-presidente da MAN Latina América, o Inovar Auto é a chave para aumentar a competitividade nacional. "O programa tem uma grande amplitude, porque exige a capacitação de fornecedores. Não trata só da produção, trata de toda a cadeia. É a oportunidade que nunca tivemos", garantiu.

O workshop Inovação foi moderado pelo presidente a ZF do Brasil, Wilson Bricio, e contou com a participação do diretor da Área de Aconselhamento Estratégico da SAP Engelbert Quack.

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