Já experimentou pão de malte?

Padaria comunitária em MG usa bagaço de malte como matéria-prima. Modelo de negócio foi desenvolvido no programa FIEMG Competitiva

Que tal experimentar um pão feito com malte? A receita está fazendo sucesso em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte. E surgiu depois que produtores de cervejas artesanais procuraram uma solução para aproveitar melhor o resíduo do malte usado para fazer a bebida. 

De acordo com o gerente de Projetos para a Indústria da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Thadeu Neves, o projeto surgiu a partir de uma demanda apresentada pelo Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (SINDBEBIDAS) e foi desenvolvido pelo programa FIEMG Competitiva.

“Precisávamos de um projeto que pudesse conectar o grupo de cervejarias artesanais à comunidade. Então quando vimos a possibilidade de trabalhar melhor o resíduo do bagaço do malte, que é gerado na produção de cerveja, decidimos fazer um trabalho socioambiental pensando em desenvolver o negócio da padaria. A ideia foi casar a parte social com a ambiental e conseguimos desenvolver um projeto que extrapolou os muros de uma indústria", explicou Neves. 

O trabalho está sendo desenvolvido há dois anos e, segundo Eric Camargo, presidente da Associação Comunitária José de Almeida, 57 pessoas da comunidade foram capacitadas para este projeto. “A associação recebe esse projeto da padaria comunitária Pão de Malte para fortalecer o desenvolvimento local, por meio do comércio de pães. Dessas pessoas capacitadas, três vão iniciar o projeto conosco, as outras estão trabalhando por conta própria ou já estão no mercado”, contou Camargo.

Para a executiva do SINDBEBIDAS, Tatiana Santos, criar uma nova destinação aos resíduos do fabricação das cervejas era um desafio. “O sindicato tem um grande número de cervejarias associadas e a demanda era definir outro fim para o malte. Esse resíduo é destinado ao gado, então boa parte das cervejarias faz a destinação para fazendas, porém ele é um produto que pode ser utilizado na alimentação humana. Então criamos a necessidade para termos um novo destino para o malte e fazer um projeto em cima disso”.

Agora, a Associação Comunitária José de Almeida, em Nova Lima, tem até uma padaria para vender o produto: a Pão de Malte, que vai funcionar de segunda a sexta-feira e vai atender atacado e varejo. O negócio já tem parceria firmada com a construtora Terramil, que fechou a compra diária de 30 pães. 

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