8 projetos do SENAI que promovem a acessibilidade e a inclusão de pessoas com deficiência

A instituição, reconhecida por promover a inclusão de pessoas com deficiência na educação profissional, também usa desafios da realidade social para formar cidadãos melhor preparados para o mundo do trabalho

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) foi responsável por 57% das matrículas de pessoas com deficiência na educação profissional em 2016, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). No ano passado, foram realizadas quase 22 mil matrículas de estudantes com deficiência na instituição. Essa competência do SENAI foi construída ao longo de dez anos com o Programa SENAI de Ações Inclusivas (PSAI), que já beneficiou mais de 180 mil pessoas com deficiência. Para promover a inclusão, as unidades espalhadas por todo o Brasil contam com tecnologias assistivas, como aplicativo de realidade aumentada, que permite que alunos utilizem a câmera do celular ou do tablet para reconhecer imagens em 3D.

Além das conquistas dentro do sistema educacional, o SENAI também desenvolve projetos de acessibilidade e tecnologias assistivas para auxiliar pessoas com deficiência a terem maior autonomia e melhor qualidade de vida. Essas iniciativas são desenvolvidas por professores e estudantes dentro de sala de aula. “O processo educacional promovido pelo SENAI, além de  estimular a busca por soluções para os desafios da indústria, também busca desenvolver valores como solidariedade e respeito às diferenças”, destaca o gerente-executivo de Educação Profissional e Tecnológica do SENAI, Felipe Morgado. Confira alguns desses projetos:

Prótese de mão para devolver movimentos a crianças
Uma mão mecânica feita em impressora 3D por cinco alunos do curso técnico em eletromecânica do SENAI Sudoeste, em Vitória da Conquista (BA), poderá dar mais qualidade de vida a crianças que perderam a maior parte do membro em função de acidentes ou malformações. Bem mais barato que uma prótese convencional, o equipamento, que custou R$ 45 para ser produzido, levou nove horas para ficar pronto e pode ser uma alternativa às próteses disponíveis no mercado, que custam entre R$ 4 mil e R$ 10 mil. De manutenção fácil e rápida, a mão mecânica foi produzida com filamentos ABS (polietileno), elástico, nylon e velcro. Com a mão mecânica pronta, o SENAI Sudoeste busca, agora, uma criança com o perfil adequado para fazer uma doação.

Adaptação de residência de pessoa com Tetraplegia
Um sistema de automação residencial por comando de voz, desenvolvido por alunos dos cursos técnicos de eletromecânica, eletroeletrônica e eletrotécnica do SENAI Sul, em Ilhéus (BA), está fazendo a diferença no cotidiano do psicólogo Jorge Lindotti, tetraplégico há cerca de 30 anos. Com ajuda da tecnologia, ele acende e apaga a luz, liga, desliga e controla o volume da TV, e faz o aparelho de ar condicionado funcionar num dos quartos com a voz. A inovação, que utiliza micro controladores e funciona por meio de um software de assistência virtual por comando de voz, deve ser expandida a outras áreas do imóvel.

Qualificação profissional de pessoas com deficiência
O Projeto Construir, desenvolvido pelo SENAI em Alagoas, oferece qualificação profissional e inclusão de pessoas com deficiência e reabilitandos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no mercado de trabalho e, às empresas da construção civil, a adequação à legislação de aprendizagem industrial. Atualmente, são atendidos 70 aprendizes de 20 construtoras alagoanas. 

Profissionais dos setores de Recursos Humanos das empresas receberam ainda o curso de aperfeiçoamento profissional Gestão da Diversidade no Mundo do Trabalho, com o objetivo de aprimorar os conhecimentos técnicos dos funcionários para receber e acompanhar pessoas com deficiências no ambiente de trabalho. A iniciativa é desenvolvida com a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Alagoas  e o Sindicato da Indústria e da Construção Civil, com o apoio da Superintendência Regional do Trabalho em Alagoas.

Garra Mecânica
Quatro estudantes da Educação Básica Articulada com Educação Profissional do SENAI e do Serviço Social da Indústria (SESI) em Duque de Caxias (RJ) realizaram o sonho de João Lucas Tayrone, de 8 anos, que sonhava em tocar violão, mas achava que nunca seria possível já que nasceu sem o antebraço. Allan, Davi, Arthur e Guilherme criaram a Garra Mecânica, uma prótese que pode ser usada com paleta, para que ele toque o violão, ou com a garra, para que ele pegue objetos. João também não vai precisar de uma nova prótese quando crescer porque ela é ajustável.

Máquina de costura adaptada
Os alunos do SENAI Nova Friburgo (RJ) criaram uma máquina de costura adaptada para pessoas com deficiência. A tecnologia conta com dispositivo eletromecânico que pode ser instalado em equipamentos que tenham o motor elétrico convencional com embreagem mecânica ou Direct Drive, que é um tipo de motor com acionamento direto. O dispositivo é um pequeno controle analógico, similar aos utilizados em joysticks (controles) para jogos eletrônicos, ligado a uma placa receptora de sinais que converterá o movimento feito pelo operador em micromovimentos a serem realizados por um motor de passo, sendo este acoplado ao motor da máquina de costura.

Suporte telescópico, Mesa adaptável e Aplicativo para facilitar comunicação
Alunos do SENAI Campos (RJ) criaram três projetos de inclusão de pessoas com deficiência. Um deles é o suporte telescópico para trocar lâmpadas, que permite que um cadeirante, por exemplo, faça a substituição sozinho. Outro grupo confeccionou uma mesa adaptável à cadeira de rodas para atividades cotidianas que necessitem de um apoio, como por exemplo escrever, comer, entre outras. O terceiro projeto foi a criação de um aplicativo para possibilitar a comunicação entre surdos e ouvintes nos mais diversos ambientes de trabalho, facilitando a transmissão de mensagens em ambiente corporativo.

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