Com a adequação teórica e prática do conteúdo de cursos diversos para a inclusão de pessoas com deficiência, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) tem habilitado alunos para o mercado de trabalho. Mais de 180 mil pessoas com deficiência se qualificaram em cursos de educação profissional nas escolas da entidade em todo o país. Alguns exemplos do trabalho desenvolvido pelo SENAI estão sendo apresentados por alunos com deficiência e instrutores, durante o Seminário Internacional de Acessibilidade e Inclusão: expressão da cidadania, realizado nesta quarta (20) e quinta-feira (21), em Brasília.
No espaço D+eficiência, erguido no local do evento, no Instituto Serzedello Corrêa, os participantes do seminário, promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em parceria com o SENAI, podem conferir na prática algumas atividades do Programa SENAI de Ações Inclusivas (PSAI). Um dos estandes apresenta livros produzidos pelo SENAI com adequações voltadas para alunos com deficiência.
O deficiente visual Lucas Silva, 22 anos, estudante do SENAI de Palhoça-SC, veio a Brasília para demonstrar o que aprendeu no curso de Técnico em Manutenção Automotiva. O instrutor Mateus Mendes destacou que todas as ferramentas de padrão numérico usadas por Lucas foram adaptadas com números em braile, assim como outros equipamentos usados no curso.
“As adequações facilitaram a minha compreensão para o uso das chaves e para fazer os diagnósticos e reparos necessários em freios, suspensão e motores”, contou o aluno do SENAI. “Esse trabalho voltado para à nossa inclusão é gratificante e me deu independência para usar as ferramentas”, acrescentou.
DE ALUNO A INSTRUTOR - Aluno de Montagem e Manutenção de Computadores do SENAI de Taguatinga, o deficiente visual Marcos Vieira, 22 anos, formata máquinas, instala memórias e usa programas diversos de computação. Vencedor da Olimpíada do Conhecimento de 2016, em Brasília, na categoria operador de computador, o jovem recebe comandos em áudio, a partir de um software gratuito que lhe permite usar normalmente o computador.
“As aulas no SENAI foram fundamentais para o meu desenvolvimento. Aprendi muito. Hoje, formato computadores, troco cabo de redes, faço up grades em máquinas”, contou Vieira, que recentemente ingressou no curso de graduação de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e nas horas vagas dá aula de informática como voluntário.
Outro bom exemplo da inclusão promovida pelo SENAI vem do costureiro Pedro Severino, 38 anos, deficiente auditivo que ingressou na entidade como aluno e se tornou instrutor. Vencedor da Olimpíada do Conhecimento de 2014, em Belo Horizonte, na categoria Costura para Surdos, ele confeccionava com desenvoltura pequenas bolsas durante o evento nesta quarta. No SENAI de Cuiabá-MT, onde estudou, ele hoje dá aulas ao lado de um intérprete de libras para alunos com deficiência auditiva e também para ouvintes.
A gestora nacional do PSAI, Adriana Barufaldi, destaca a importância do método utilizado pelo SENAI para a inclusão e acessibilidade de alunos. “O SENAI é uma escola para todos e quando a gente diz todos, não são todos exceto pessoas com deficiência, mas todos mesmo. Temos um direcionamento estratégico para a permanência e o êxito profissional e, para isso, desenvolvemos o método de adequação para acesso nas escolas do SENAI, um trabalho que está dando muito certo”, detalhou Adriana.
Quem for ao seminário também tem a oportunidade de acompanhar uma mostra da profissão de Panificação, montada em uma unidade móvel do SENAI, onde alunos produzem pães em massas doces e salgadas para degustação.
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