Resultado de uma série de fatores que têm impactos nos custos ou na qualidade dos produtos ou dos serviços, a competitividade é a capacidade de um país ou de uma empresa de enfrentar os concorrentes nos mercados internos e externos. Países e empresas que conseguem superar seus competidores na conquista de mercados e consumidores têm mais capacidade para crescer, criar empregos e gerar renda.
Sete indicadores elaborados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram a evolução da competitividade da indústria brasileira. Veja o que dizem esses indicadores:
1. Participação da indústria brasileira nas exportações mundiais de manufaturados
Mostra o tamanho da fatia do Brasil no bolo das exportações mundiais de manufaturados. Essa fatia aumentou de 0,59% em 2015 para 0,61% em 2016 e a previsão é que se mantenha no mesmo patamar em 2017. Mesmo pequeno, o crescimento de 2016 mostra o aumento da competitividade do país. Mas a participação brasileira está muito abaixo da dos 11 principais parceiros comerciais do país – Estados Unidos, Argentina, China, Alemanha, México, Japão, França, Itália, Coreia do Sul, Países Baixos e Reino Unido. Na comparação com esses países, a fatia dos manufaturados brasileiros no mercado mundial em 2016 só foi maior do que a de 0,13% da Argentina. A participação da China é de 16,99%, a da Alemanha, de 10,05% e, a dos Estados Unidos, de 9,39%.
2. Participação do Brasil no total da produção mundial de manufaturados
Mostra o quanto o Brasil responde pela produção mundial de manufaturados. Essa participação caiu de 2,32% em 2015 para 2,08% em 2016. A estimativa é que caia mais e fique em 1,98% em 2017. A retração de 0,24 ponto percentual em 2016 foi superior à queda de 0,03 ponto percentual registrada pela Argentina e de 0,02 ponto percentual do México. Mas é menor do que a perda de 0,33 ponto percentual dos Estados Unidos. Entre 2015 e 2016, a participação da China aumentou 0,85 ponto percentual.
3. Coeficiente de penetração das importações
Mede a participação dos produtos estrangeiros no consumo nacional. Quanto maior o coeficiente, maior é a parcela do mercado interno atendida por importados. Em 2017, a participação dos produtos importados no consumo brasileiro aumentou para 17%, que é 0,6 ponto percentual maior que o de 2016. Isso significa que, de cada cem produtos vendidos no mercado interno no ano passado, 17 foram estrangeiros.
4. Coeficiente de exportação
Avalia a importância das vendas externas para a produção industrial. Quanto maior o coeficiente, maior é a parcela da produção doméstica que se destina ao mercado externo. Em 2017, a participação das exportações na produção da indústria brasileira de transformação caiu para 15,6%, interrompendo uma sequência de altas registradas desde 2015. Ou seja, de cada cem produtos fabricados pela indústria de transformação no ano passado, quase 16 foram vendidos para o exterior.
5. Produtividade do trabalho efetiva
Mede a evolução da produtividade da indústria brasileira em relação à produtividade média das indústrias dos principais parceiros comerciais do país. A produtividade do Brasil, medida pelo resultado da produção dividido pelo número de horas trabalhadas, cresceu 8,2% de 2007 a 2017, menos do que a produtividade dos trabalhadores industriais da maioria dos seus principais parceiros comerciais. Com isso, a produtividade do trabalho efetiva, que mede o quanto o Brasil está se aproximando ou se distanciando da produtividade de seus principais parceiros comerciais na corrida da competitividade, acumulou uma queda de 1,8%.
6. Custo unitário do trabalho efetivo (CUT efetivo)
Compara o custo com trabalho necessário para a produção de uma unidade de um produto com o custo incorrido pela média de nossos principais parceiros comerciais. Por exemplo, quanto custa para a indústria o trabalho utilizado na fabricação de um televisor. O país perde competitividade quando o seu custo unitário do trabalho aumenta mais do que o dos demais países. Em 2017, o custo no Brasil subiu mais do o custo médio dos principais parceiros comerciais, ou seja, o CUT efetivo subiu 5,4%.
7. Indicador de custos industriais
Compara a evolução dos custos industriais brasileiros com a dos preços internacionais e a dos produtos importados. Com isso, ajuda a entender como os custos interferem na competitividade do setor. No segundo trimestre de 2018, os custos industriais brasileiros cresceram 3,7%, menos do que o aumento de 13,5% verificado nos preços em reais dos produtos industrializados no mercado norte-americano. Isso indica um ganho de competitividade para as exportações brasileiras de manufaturados.
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