Nas escolas do Serviço Social da Indústria (SESI), os estudantes aprendem lições para a vida além dos conteúdos escolares. Cuidar do planeta Terra é uma delas. Na temporada City Shapper (cidades inteligentes), do Torneio SESI de Robótica FIRST LEGO League (FLL), por exemplo, os jovens resolveram problemas urbanos com propostas recicláveis. Soluções com garrafa pet para infiltrações nos telhados, alagamento de vias e poluição sonora são alguns dos projetos apresentados.
No Brasil, em 2018, foram geradas 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos. Desse montante, 92% foram coletados - uma alta de 1,66% em comparação a 2017 -, o que mostra que a coleta de lixo aumentou num ritmo um pouco maior que a geração. Apesar disso, a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) afirma que 6,3 milhões de toneladas ficaram sem ser recolhidos nas cidades.
Em comparação com países da América Latina, o Brasil é o campeão de geração de lixo, representando 40% do total gerado na região, segundo a ONU Meio Ambiente.
Para conscientizar a população sobre a importância do descarte correto do lixo e celebrar o Dia do Reciclador e da Reciclagem - comemorado em 22 de novembro -, a Agência CNI de Notícias selecionou 6 projetos sustentáveis criados por estudantes do SESI. Confira:
1. Placa termoacústica de tetra pak
Para reduzir o incomodo causado pelo excesso de barulho, os estudantes do SESI do Gama, no Distrito Federal, desenvolveram uma placa que pode ser instalada em qualquer estrutura. Composta por pó de serragem, garrafas pets trituradas e tetra pak (caixa de leite ou suco), a E-Wall pode ser aplicada antes, durante ou depois da construção, em vários locais como: paredes residenciais, prédios públicos, escritórios, tubulações hidráulicas e até em dutos de ar condicionado.
Os integrantes da equipe LEGO Field ainda afirmam que o material é ideal para fazer isolamento de telhados e fachadas. Além disso, a placa é capaz de minimizar a entrada de calor externo no verão, enquanto, no inverno, reduz a perda de calor interno, impedindo a troca de temperatura.
2. Plataforma de compostagem inteligente
A equipe Androids, do SESI do Rio Grande do Sul, desenvolveu algo mais complexo para incentivar a separação de lixo em: recicláveis e orgânicos. Os jovens desenvolveram a Greentech, uma plataforma de compostagem inteligente, que inclui um protótipo de composteira (sistema de reciclagem de resíduos orgânicos com minhocas e microrganismos), uma balança e um conjunto de equipamentos digitais para identificação.
A solução visa auxiliar moradores de apartamentos e condomínios no descarte correto de lixo e ainda dá uma recompensa, como um desconto na taxa de condomínio e uma quantidade de adubo para hortas caseiras.
3. Manta impermeabilizade de pet
Em Ananindeua (PA), estudantes decidiram reciclar garrafas pet para sanar infiltrações nos prédios da cidade, problema comum devido o alto índice de chuvas. A equipe Born to Fight desenvolveu uma manta impermeabilizante com a matéria-prima, que colocada dentro da laje, entre o concreto, forma uma barreira que impede a passagem da água.
Além inovador, o projeto é de baixo custo. A manta mais acessível no mercado custa R$30 o metro, enquanto um metro da manta paraense fica em R$5. O projeto é promissor e a equipe já entrou com um pedido de patente.
4. Plástico biodegradável feito de amido de cará
Desenvolvido por estudantes do SESI de Goiás, o Policará foi criado para substituir o material que compõe os copos descartáveis. Ele é feito de amido de cará, gelatina vegana e ajustador de PH, ou seja, é 100% biodegradável, para se decompor sem liberar partículas que poluem a natureza. Os jovens da equipe LEGO Soldier também afirmam que o material é comestível, já que é produzido com materiais orgânicos.
Com isso, cerca de 1.500 toneladas de resíduos plásticos, fruto do uso de copos descartáveis, deixariam de existir. Problemas como entupimento de bueiros, que levam a enchentes e alagamentos; a poluição de rios e nascentes; a extinção de animais marinhos e entre outros, também seriam evitados.
5. Cesto para bueiros de garrafa pet
A equipe Bisc8, do SESI Sobradinho do Distrito Federal, criou o Bisc - Bueiro Inteligente Sustentável Coletor, com o uso de garrafas pet. A solução é um cesto com furos para ser acoplado dentro das bocas de lobo para evitar o entupimento e, consequentemente, o alagamento de vias.
O Bisc ainda conta com um mecanismo que avisa quando o cesto está cheio, por meio de um sistema programado em arduino e uma polia, que fica verde quando estiver vazio, amarelo quando estiver meio cheio e vermelho quando estiver muito cheio.
6. Papel reciclado que vira planta em solo fértil
O papel couché - comum na panfletagem - demora até meses para se decompor, prejudicando o turismo local, entupindo bueiros e causando um alto desperdício de matéria prima. Para resolver esses problemas, a equipe Win Time, do SESI de Roraima, desenvolveu um papel reciclável com sementes, que se decompoe entre 4 e 10 dias.
Um fator importante desse material é que, se depositado em solo fértil, ele vira uma plantinha. Porém, os estudantes decidiram inovar na composição e, ao invés de utilizar apenas sementes de flores, eles também colocaram sementes de verduras e legumes.
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