Robótica prepara jovens para profissões do futuro

Muitas das profissões mapeadas pelo Fórum Econômico Mundial estão diretamente ligadas aos conhecimentos adquiridos durante a experiência na robótica

Com a tecnologia e curiosidade, os estudantes desenvolvem o lado criativo

O Festival SESI de Robótica é conhecido por reunir estudantes de todo Brasil para participar dos Torneios SESI de Robótica – FIRST LEGO League (FLL), FIRST Tech Challenge (FTC) e F1 in Schools –, mas não se trata apenas de desafios com robôs e carrinhos. Eles também são preparados para o mercado de trabalho enquanto estudam para as outras etapas da competição.

Em cada categoria, há uma prova que exige conhecimentos interdisciplinares. Assim, os jovens apresentam uma única solução que engloba conteúdos de diversas disciplinas. Engenharia, Economia, Mecânica, Marketing, Comunicação e Tecnologias da Informação são algumas das áreas que os jovens pesquisam para desenvolver projetos inovadores a cada temporada. Muitas das profissões do futuro mapeadas pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, sigla em inglês) estão diretamente ligadas aos conhecimentos adquiridos durante a experiência na robótica. 

Na edição 2019/2020, o tema da categoria FLL era Cidades Inteligentes (City Shapper) e o desafio buscava resolver problemas urbanos como trânsito, falta de acessibilidade, infiltração em telhados, gastos com energia, entre outros.

A equipe Robo Life, da Bahia, por exemplo, criou o Sunlife, um sistema de movimentação de placas solares por meio de sensores de luminosidade, que permitem a captação da luz do sol durante todo o dia. Com o equipamento, o estado - que é líder nacional em geração de energia solar no país, segundo informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) - pode instalar menos placas solares e gerar ainda mais energia.

Além disso, os jovens do SESI Candeias também saem ganhando, pois, a partir do projeto, aprenderam conteúdos ligados às profissões do futuro, como Gerente de Instalação de Energia Solar, Profissionais de Marketing Ecológico, Instaladores de Sistemas Solares Voltaicos.

O Sunlife permite a captação da luz do sol durante todo o dia

Já os alunos da Escola Internacional de Goiânia, de Goiás, utilizaram conhecimentos das áreas de Inteligência Artificial e Desenvolvimento de Softwares para solucionar um problema frequente do estado na época de chuva: as enchentes. A equipe Nanomasters criou um sistema autônomo de identificação e notificação de alagamentos com sensores medidores de níveis de água, chamado de Notifyc. O projeto seria implantado em cidades de Goiás e do Rio de Janeiro, graças a uma parceria, mas foi interrompido devido a pandemia de Covid-19.

De acordo com o estudo Trabalhos de Amanhã 2020: Mapeamento de Oportunidades na Nova Economia, do WEF, sete setores vão crescer e gerar mais de seis milhões de empregos nos próximos três anos: 

  • Dados e Inteligência Artificial
  • Economia do Cuidado
  • Economia Verde
  • Engenharia e Computação em Nuvem
  • Recrutamento de Pessoas
  • Desenvolvimento de Produtos 
  • Vendas, Marketing e Conteúdo 

O estudo ainda aponta que Análise de Dados; Análise de Marketing; Computação Paralela; Conhecimento da Plataforma de Software JAVA; Linearidade; Conhecimento em Algoritmos; Programação de Computador são algumas habilidades técnicas exigidas nessas áreas.

A partir da metodologia STEAM (sigla em inglês que significa Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), usada pelo SESI, essas habilidades são desenvolvidas nos estudantes desde o ensino fundamental. 

Para o diretor de Operações do SESI, Paulo Mól, o ensino de robótica é fundamental para o desenvolvimento da inovação no país, mas tambem para a construção de uma sociedade melhor. 


“Os alunos que participam da robótica ficam muito mais preparados para o mercado de trabalho, aprendem a lidar com projetos, a discutir, a falar e a trabalhar em equipe. Isso transforma a vida deles e é extremamente importante para a construção de um país com mais tecnologia e riqueza", explica Paulo Mól, diretor de operações do SESI”, afirma Mól. 


 

A satisfação com os projetos estimula o interesse nas disciplinas e promove realização pessoal

Valores da robótica são habilidades para profissões do futuro

Além das técnicas, as habilidades socioemocionais estão sendo cada vez mais cobradas no mercado de trabalho. Pensamento crítico, flexibilidade e responsabilidade são algumas das competências que as empresas buscam e que as escolas precisam desenvolver durante a formação das novas gerações.

No SESI, por meio da robótica educacional, essas habilidades são desenvolvidas em grupo e individualmente. A partir dos Core Values, os estudantes desenvolvem as seguintes atribuições:

  • Jovens aprendem a valorizar os processos durante a organização das etapas;
  • Com a tecnologia e curiosidade, os estudantes desenvolvem o lado criativo;
  • Os alunos aprendem a ser responsáveis com os materiais, a equipe e o projeto que estão desenvolvendo;
  • Ao fazer parte de uma equipe, os jovens aprendem a trabalhar em grupo com integração e respeito;
  • A satisfação com os projetos estimula o interesse nas disciplinas e promove realização pessoal.

O professor de Educação Tecnológica da Escola Internacional de Goiânia e ex técnico da equipe Nanomasters, Vittor Bruno Souza, acredita que o ensino de robótica abre os olhos dos estudantes para o futuro, seja em âmbito pessoal ou profissional.

A equipe Nanomasters criou um sistema autônomo de identificação e notificação de alagamentos na temporada City Shapper

“Eles passam a ser os protagonistas. Mesmo que não sigam carreira nessas áreas, com o conhecimento adquiridos, os estudantes passam a compreender as profissões do futuro e respeitam quem trabalha no ramo. Além disso, no futuro eles vão estar ainda mais rodeados pela Inteligência Artificial, então, tendo contato com esses conteúdos agora, vão se adaptar às tecnologias mais fácil”, explica Vittor.

O que são os Core Values

Os Core Values são fundamentalmente revelação, integração, interação e coopertition. A revelação consiste no que foi aprendido durante a temporada sem o interesse de obter vantagens nos torneios, sendo fruto da curiosidade dos participantes. A integração é relacionada ao que os competidores incorporaram ao seu dia a dia e que foi aprendido na FLL, em especial os ideais de Core Values.

A inclusão demonstra o compartilhamento e a aceitação das ideias dos integrantes de uma mesma equipe: como essa equipe reagiu a sugestões, se buscou ouvir o que um integrante tinha a dizer e se os membros dessa equipe se sentiram importantes. Por fim, coopertition, termo que mescla as palavras da língua inglesa cooperation (cooperação) e competition (competição), diz respeito ao espírito de competição amigável da equipe em relação aos competidores de outros times.

Além desses quatro pilares há o Gracious Professionalism™, que é uma maneira de fazer as coisas incentivando o trabalho de alta qualidade, enfatizando o valor dos outros e respeitando as pessoas e a comunidade. Essa talvez deva ser a principal característica de um competidor FIRST LEGO League.

Acompanhe tudo sobre a nova temporada de robótica

As novidades estão no canal do Torneio SESI de Robótica FIRST LEGO League, do Torneio SESI de Robótica FIRST Tech Challenge, aqui na Agência CNI de Notícias e nos perfis do Torneio no Instagram e Facebook. Veja as fotos no Flickr da CNI.

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