10 competências socioemocionais que devem ser desenvolvidas na escola

BNCC indica a inserção de 10 competências socioemocionais no planejamento escolar. Rede SESI consolida programa para auxiliar docentes e coordenadores pedagógicos

As competências socioemocionais são habilidades desenvolvidas ao longo da vida e que aparecem na maneira de pensar, sentir e agir das pessoas. Diferentes situações podem estimular o crescimento emocional de uma criança, principalmente, em sala de aula. Este é o momento em que estudantes têm a oportunidade de se relacionar com pessoas de diferentes culturas, hábitos e crenças.  

Além de oferecer educação formal a crianças e adolescentes, o ambiente escolar é responsável pelo desenvolvimento social, cognitivo e emocional. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) regula a Educação Básica no Brasil e estabelece que todo estudante deve crescer emocionalmente. Para isso, as instituições de ensino precisam embasar o seu planejamento anual e os planos de aula nas competências socioemocionais da BNCC.  

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Nas unidades do Serviço Social da Indústria (SESI), os jovens têm a oportunidade de colocar a mão na massa com atividades lúdicas que ajudam a desenvolver a comunicação, a empatia e o autocuidado. O Programa de Competências Socioemocionais é a iniciativa que vai consolidar essas ações e orientar docentes e coordenadores.  

Antes disso, porém, é importante conhecer as dez habilidades previstas pela BNCC e como as escolas podem trabalhá-las dentro de sala de aula: 

1. Conhecimento

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Conhecimento não é apenas regra de 3, macetes da tabuada, as colunas do período grego ou a análise sintática do português, conteúdos que aprendemos com o professor em sala de aula. Ele também está dentro das experiências, vivências e estudos do mundo físico, cultural e digital. Todo esse conjunto deve ser considerado na troca entre aluno e professor pra garantir que o conhecimento seja transmitido. Durante uma aula de literatura, por exemplo, o saber não está somente no livro, mas no que o estudante também tem a agregar com outras experiências que viveu para a história. Por isso, trazer atualidades, o que é notícia nos jornais e estimular que os alunos pesquisem e sejam curiosos é um ótimo passo. 

2. Pensamento científico, crítico e criativo 

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“Penso, logo faço ciência, critico e sou criativo.” Aqui, a frase adaptada da original do filósofo francês René Descartes descreve nossa próxima competência: pensamento científico, crítico e criativo. É capacidade de questionar, investigar causas, testar hipóteses, resolver problemas e criar soluções para o mundo. Por isso, muitas escolas oferecem projetos de iniciação científica ou de extensão. É aqui que os estudantes podem criar armadilhas para o mosquito da dengue, criar um bioplástico, desenvolver um robô ou protótipos para facilitar a vida das pessoas. 

3. Repertório cultural 

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Balão no Distrito Federal são as rotatórias. Mas como se chamam em Minas Gerais? Ou no Maranhão? Indo além das variações linguísticas, Brasília já foi a capital do Rock, a música sertaneja é patrimônio cultural de Goiás e Recife é a terra do frevo. Cada lugar, cada povo, cada época tem seu repertório cultural que vai da gastronomia a música. Na escola, as crianças e os jovens podem participar de práticas diversificadas de produção artístico-cultural. É possível misturar arte, dança, cultura, teatro e diferentes tradições brasileiras ou estrangeiras numa única programação, como mostras ou semanas culturais, e estimular que os estudantes se engajem. O repertório cultural pode ser útil na dissertação de vestibulares, mas também para construção do estudante como ser humano. 

4. Comunicação 

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Seja por escrito ou na fala, a comunicação é um processo que envolve troca de informações por meio de uma linguagem. Assim, os alunos se expressam quando têm dúvidas, os professores partilham informações, e ambos relatam suas experiências e seus sentimentos. É um processo primário. A alfabetização possibilita desde cedo que as crianças aprendam a como transmitir sentido e serem entendidas pelas pessoas. O hábito de leitura ou a convivência com outros pode ajudar a desenvolver essa habilidade.  

5. Cultura digital 

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Uma grande aliada na comunicação e também um suporte em sala de aula é a tecnologia. A pandemia acelerou a transformação digital, mas o fato é que todo mundo quer estar conectado. É cada vez mais difícil ficar fora do mundo virtual. A utilização de tecnologias como inteligências artificiais para correção de redações, robôs para estimular jogos em grupo ou até mesmo uma apresentação de slides em sala ajudam na comunicação, no acesso e na produção de informações e conhecimentos. Percebeu que várias competências estão interligadas? A tecnologia, quando usada como suporte, resolve problemas e exerce protagonismo nos jovens. 

6. Trabalho e projeto de vida 

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Qual é o seu grande objetivo de vida, estudante? Entender o mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas à cidadania e ao seu projeto de vida com liberdade, autonomia e responsabilidade também é uma competência listada pela BNCC. Os itinerários formativos do Novo Ensino Médio, com a inserção de projetos de vida, auxiliam os estudantes a se conhecerem e saberem seu lugar no mundo. A soma conhecimentos mais experiências possibilita uma tomada de decisões assertiva quanto ao futuro. Por isso, a escola sempre estará lá para fornecer apoio. 

7. Argumentação 

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Sua escola tem projetos de debates ou programas de simulação de conferências das Nações Unidas, por exemplo? Essas são ótimas atividades para desenvolvimento da argumentação. A capacidade de argumentar está relacionada à formulação, negociação e defesa de ideias, pontos de vista e decisões comuns, com base nos direitos humanos, consciência socioambiental, consumo responsável e ética. Durante simulações, os participantes participam como representantes de diversos países e são estimulados a pesquisar, debater e formular estratégias para solucionar problemas globais atuais.   

8. Autoconhecimento e autocuidado  

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o autoconhecimento é uma das 10 habilidades essenciais para a vida. Por isso, é importante desenvolver desde cedo a capacidade de se conhecer e de cuidar da saúde física e emocional. O autoconhecimento também está muito ligado à empatia, pois as crianças devem reconhecer as emoções das pessoas ao seu redor e ter autocrítica. Propor desafios em sala de aula, estudar sobre identidade e reconhecimento nas aulas de Ciências Humanas ou participar de um jogo de vôlei durante a Educação Física são formas de desenvolver essa competência. 

9. Empatia e cooperação 

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Colocar-se no lugar do outro sendo o outro. Mas e na sala de aula? Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação também é uma competência socioemocional importante a ser trabalhada nas escolas. Ela estimula o respeito, o acolhimento, a valorização da diversidade e a não ter preconceitos. Em um mundo com mudanças a todo instante e pessoas com suas singularidades, o ambiente escolar é um ótimo lugar para desenvolver essas competências. Atividades que trabalhem a imaginação e jogos colaborativos são oportunidades para os alunos cooperarem e serem mais empáticos. 

10. Responsabilidade e cidadania 

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Por fim, uma competência ligada ao coletivo: responsabilidade e cidadania. O dever de arcar com as consequências dos seus atos e também saber seus direitos e deveres. Essa competência está relacionada ao agir coletivamente com autonomia, flexibilidade, resiliência e determinação. Sua turma já separou uma parte do quadro para vocês definirem as regras da sala de forma conjunta? Esse é um ótimo exercício de cidadania. E permitir que as crianças escolham sua dupla ou grupo num trabalho, por exemplo, e percebam as consequências é um ato de responsabilidade. Com essa competência, as crianças e os jovens podem tomar decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.  

Próximos passos para uma educação socioemocional 

Com o objetivo de trabalhar cada uma dessas dez habilidades previstas na BNCC, a Rede SESI possui o Programa Nacional de Desenvolvimento de Competências Socioemocionais. O programa tem 25 Departamentos Regionais aderentes e dois projetos em andamento: a metodologia integrada ao currículo e o suporte psicológico para redução de violência. 

No primeiro, por meio de atividades práticas e lúdicas para os alunos, os professores utilizam uma plataforma de aprendizagem adaptativa que os permite planejar, mediar as ações realizadas pelos estudantes, documentar todo o processo e avaliar a evolução de habilidades sociais, emocionais e cognitivas de forma personalizada. São propostas intencionais para o desenvolvimento das 10 competências com contextos provocativos ou execução de projetos, por exemplo. 

Já o segundo visa promover um ambiente positivo de aprendizagem que impacte o processo de ensino, com ações para prevenir casos de violência nas escolas da Rede SESI. A ideia é que o programa produza uma formação para a comunidade escolar, tenha canais de acolhimento e metodologias específicas, preventivas e repressivas contra situações como bullying, preconceito e abuso sexual. 

Para ficar por dentro dos projetos, continue acompanhando a Agência de Notícias da Indústria! 

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