No dia 12 de junho, a Diretoria de Desenvolvimento Industrial (DDI) da CNI organizou o seminário Pense nas Pequenas Primeiro: Política Europeia para Pequenas e Médias Empresas, e fez um alerta de que a revisão da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa deve ser uma prioridade do governo.
O evento, que trouxe experiências bem sucedidas na Europa para as micro e pequenas empresas nas áreas de inovação e clusters, meio ambiente e financiamento, compõe uma das inúmeras ações da DDI para este ano.
Localizada no 12º andar da sede da CNI em Brasília, a DDI tem 61 funcionários, divididos em quatro gerências, uma assessoria de apoio e a Diretoria do escritório da CNI em São Paulo, que está vinculada à DDI. São liderados pelo diretor Carlos Eduardo Abijaodi, graduado em Engenharia Civil e especialista em Engenharia Econômica.
O trabalho da DDI tem foco em políticas para o desenvolvimento da indústria no país e no mercado internacional, e a responsabilidade de fortalecer o desenvolvimento associativo e aprimorar o relacionamento com as Federações de Indústrias.
Concentram-se nessa diretoria a gestão da maioria dos serviços prestados pela CNI, assim como a coordenação dos assuntos relativos às políticas industriais, às ações no exterior, tanto aquelas referentes às negociações como as de comércio internacional.
Temas como Propriedade Intelectual, acompanhamento do Plano Brasil Maior, Desenvolvimento dos Sidicatos, Defesa Comercial, Encontros Bilaterais, e vários outros, ficam sob responsabilidade da DDI.
Para falar sobre a Diretoria, o Indústria de Notícias em Casa entrevistou o diretor Carlos Abijaodi. Confira.
IN em casa: A diretoria realizou em junho o evento Pense nas Pequenas Primeiro, que debateu sobre o tratamento diferenciado que pequenas e médias empresas recebem na Europa. O que tem sido feito ou precisa ser planejado para que esse modelo seja seguido no Brasil?
Carlos Abijaodi: Os incentivos que as pequenas e médias empresas europeias recebem de seus governos permitiram que, atualmente, a maioria das exportações e da produção industrial naquele continente seja feita por elas.
O Brasil tem reconhecido a necessidade de inserir adequadamente a pequena e média empresa no contexto econômico, de produção. Mas isso ainda é muito recente. Temos o programa AL-Invest, desde 1995, que promove e desenvolve a colaboração entre pequenas e médias empresas brasileiras e da União Europeia; há também o Simples - Regime tributário diferenciado -, mas as empresas não têm estímulo para crescer, para ampliar seus negócios.
Quando chegam no limite do Simples, os empresários preferem criar outra empresa ao invés de crescer. Por isso, a revisão da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas deve ser uma prioridade do governo.
IN em casa: Uma das ações da diretoria é o acompanhamento do Plano Brasil Maior, lançado pelo governo em 2011. Já é possível mensurar o impacto das propostas?
Carlos Abijaodi: O Plano Brasil Maior concentra propostas em 19 conselhos setoriais para incentivar o desenvolvimento da competitividade. Nossa função é acompanhar esses conselhos e levar propostas construtivas para o governo.
Alguns resultados, que não são diretos da implementação do plano, mas que refletem no setor industrial, já podem ser comemorados. Exemplo disso é o programa Inova Auto, que incentiva a inovação em indústrias da cadeia de autopeças. Ainda não estamos na melhor fase, mas a presença do governo brasileiro nas questões industriais já é um grande avanço.
IN em casa: A Propriedade Intelectual é também um dos assuntos da pauta da DDI. Qual a relevância do tema?
Carlos Abijaodi: Atualmente, o tema está presente em todos os acordos que o Brasil vai fazer, em todas as cooperações. A propriedade intelectual, principalmente a propriedade industrial, que é o nosso foco, é importantíssima para estimular, para dar segurança jurídica para as empresas brasileiras e para as que estão investindo no Brasil.
IN em casa: Outro programa de fundamental importância para a indústria brasileira é a Rede CIN. O que ela representa para o empresário?
Carlos Abijaodi: A rede dos CINs (Centros Internacionais de Negócios) foi criada há 12 anos e cada estado possui um centro instalado, responsável por promover o comércio exterior, capacitações, missões empresariais, inteligência e defesa comercial.
É um dos projetos mais ousados, gerido pela Comex, e que oferece serviços e informações como nenhuma outra iniciativa semelhante no Brasil. Os centros são referência para os empresários que querem ingressar no mercado exterior. Por meio da rede, ele consegue se internacionalizar, seja buscando novas tecnologias, participando de feiras ou de rodada de negócios.
IN em casa: No Brasil, um programa que ganhou muito destaque é o PDA. Qual a importância da mobilização e investimento nos sindicatos empresariais?
Carlos Abijaodi: O Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) existe na CNI há algum tempo e foi criado por causa da necessidade de agregar novos associados aos sindicatos, oferecer mais informações sobre o Sistema Indústria, os benefícios aos quais têm direitos, etc.
Esse programa se tornou tão importante que transformamos suas ações em uma gerência, cujo papel é apoiar as Federações no fortalecimento da representação sindical para a defesa de interesses, com o objetivo de melhorar o ambiente de negócios da indústria brasileira.