O combate ao novo coronavírus, em circulação no mundo inteiro, tem sido comparado a uma guerra. Diferentemente de um conflito armado tradicional, entretanto, não se consegue vislumbrar o inimigo do outro lado das trincheiras. Na pandemia da covid-19, o adversário é invisível, sorrateiro, poderoso. Ataca em nível global, com danos devastadores na saúde das pessoas e no modo como elas vivem e se relacionam. Outro efeito colateral grave é a paralisação das atividades econômicas, que coloca em risco a sobrevivência das empresas e, consequentemente, a manutenção de empregos.
Trata-se, portanto, de uma situação sem precedentes na trajetória do ser humano no planeta. Por isso, precisa ser enfrentada de maneira também inédita, com o uso das diversas armas ao alcance dos governos, das empresas e da sociedade, de forma serena e inovadora, com determinação férrea e baseada na melhor ciência disponível. Assim como ocorreu na Segunda Guerra Mundial, essa luta pode definir o futuro de toda uma geração.
Como se trata de um vírus cujas características e efeitos ainda são, em grande medida, desconhecidos, as autoridades sanitárias globais e de cada país recomendaram extrema cautela. Além das orientações de reforço na higiene e de modificação nos hábitos cotidianos, os países adotaram uma variedade de níveis de isolamento social e de redução da atividade econômica com o objetivo de minimizar a disseminação da covid-19.
Estamos todos cansados e ansiando pela volta à normalidade, mas é preciso ter paciência. Por enquanto, cabe-nos trabalhar para desenvolver vacinas e medicamentos contra o vírus, tratar dos doentes, colaborar com hospitais e profissionais de saúde, garantir o sustento digno das famílias e planejar o retorno gradual e seguro do funcionamento das empresas e dos órgãos públicos. Devemos cuidar das questões atuais sem deixar de pensar no futuro, pois a crise atual é passageira.
Como não poderia deixar de ser, a indústria brasileira contribui enormemente com o esforço nacional contra essa doença. Várias empresas estão adaptando suas linhas de produção para fabricar, em caráter de urgência, itens essenciais no combate ao vírus, como álcool em gel, máscaras, respiradores artificiais e outros equipamentos hospitalares, além de programas eletrônicos para monitorar a difusão da doença, a mobilidade das pessoas e os demais dados necessários neste momento.
Todas as instituições do Sistema Indústria têm participado ativamente na luta contra a covid-19. Em parceria com 10 grandes empresas industriais, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) está viabilizando o conserto e a manutenção de centenas de respiradores hospitalares. O SENAI e o Serviço Social da Indústria (SESI) destinaram R$ 30 milhões, no Edital de Inovação da Indústria, a projetos voltados ao desenvolvimento de soluções contra o coronavírus. Os Institutos SENAI de Inovação e de Tecnologia pesquisam meios para minimizar a pandemia.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), as federações estaduais e as associações setoriais da indústria apresentaram, ao governo e ao Congresso Nacional, um conjunto de 39 propostas para o enfrentamento dos prejuízos da covid-19 na economia e para o retorno à atividade plena quando isso for possível. Várias dessas sugestões já foram acatadas pelos poderes Executivo e Legislativo.
Ainda há muito a ser feito nos próximos meses, mas devemos manter a confiança na ciência e na resistência da nossa economia. Certamente, com persistência e atuação conjunta, conseguiremos vencer o novo coronavírus, esse poderoso inimigo, superar a crise decorrente da pandemia e retomar a rota do desenvolvimento econômico e social do Brasil.
Robson Braga de Andrade é presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O artigo foi publicado na Revista Indústria Brasileira em abril.
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