Diversidade e inclusão: uma pauta inadiável para o sucesso das empresas

Em artigo publicado na Revista Indústria Brasileira, Jhenyffer Coutinho, CEO da startup Se Candidate, Mulher!, fala sobre como diversidade não deve ser encarada como pauta exclusiva de ESG

A expressão em Latim Ne nuntium necare tem um significado conhecido: não mate o mensageiro. Ela reflete como devemos receber críticas e mensagens desagradáveis aos nossos ouvidos.

Já faz um tempo que bato na tecla de que Diversidade & Inclusão (D&I) não devem ser encaradas exclusivamente como pauta de responsabilidade social (ou ESG) dentro das empresas, mas como estratégia relevante de negócios.

Segundo a PwC, 36% das organizações alavancam seu programa de D&I com o objetivo de reter talentos, mas 23% o enxergam apenas como forma de cumprir os requisitos legais. Estudo da McKinsey, contudo, aponta que empresas diversas e inclusivas têm chances 25% maiores de registrar lucratividade acima da média. Então, por que, mesmo sendo relevante, a diversidade ainda engatinha?

É verdade que a pauta está cada vez mais presente no universo corporativo. As companhias passam por transformações no modelo de trabalho e na inclusão de pessoas de grupos representativos. Já se sabe que equipes com perfis diversos tendem a ser mais criativas, inovadoras e produtivas.

Organizações que apostam na gestão inclusiva tendem a atrair e a reter talentos; atendem melhor aos clientes e consumidores de diferentes origens e backgrounds; contribuem com a construção de uma sociedade mais justa e equitativa; ampliam o alcance de mercado por atrair clientes e consumidores diversos; têm capacidade de identificar problemas e riscos que possam ter passado despercebidos por equipes homogêneas – e muito mais.

Para alcançar a diversidade e a inclusão, as empresas precisam implementar políticas e práticas que promovam a igualdade de oportunidades, como a contratação de pessoas diversas, a criação de programas de mentoria e treinamento e a promoção de uma cultura de respeito e aceitação de forma prática.

Falo isso como organização que já criou programas de recrutamento para indústrias como Volvo, VDI e Whripool. Um exemplo de sucesso: aumentamos em três vezes as candidaturas femininas às vagas na PAM Saint-Gobain, referência na fabricação de material para infraestrutura – e um dos 100 maiores grupos industriais do mundo. Ali, aplicamos a metodologia da “Se Candidate, Mulher!” trabalhando employer branding e atração de talentos.

Enquanto as empresas não entenderem diversidade e inclusão como estratégia de negócios, esse ponto não vai ser prioridade. Não é sobre ser legal; é sobre ser uma empresa rentável, diversa e inclusiva, atrelada à responsabilidade social.

*Jhenyffer Coutinho é CEO da startup de impacto social Se Candidate, Mulher!

O artigo foi publicado na edição de março da Revista Indústria Brasileira.

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