Educação para o trabalho, por Heitor José Müller

Não pode se conformar com uma realidade na qual 3,6 milhões de crianças e jovens de quatro a 17 anos continuam fora da escola e que 14 milhões de brasileiros de 15 anos ou mais não saibam ler ou escrever

Uma das precondições para fazer o Brasil avançar é a melhoria de seu sistema educacional. Ninguém põe em dúvida a necessidade de um salto de qualidade no ensino básico, sintonizado com a formação integral para o exercício de atividades profissionais que contribuam com maior produtividade para o país e com mais qualidade de vida para a população. A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) reafirma seu comprometimento com essa causa ao se somar aos esforços do movimento Educação para o Mundo do Trabalho, liderado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A meta é definir com a sociedade, até setembro, melhores oportunidades de formação de crianças e jovens em um prazo compatível com a velocidade que o país precisa para garantir não apenas mão de obra, mas inteligência inovadora.

 O que os industriais propõem com essa iniciativa é um convite à ação. Há uma percepção de urgência na melhoria da qualidade do ensino. O país registrou avanços que precisam ser reconhecidos. Ainda assim, não pode se conformar com uma realidade na qual 3,6 milhões de crianças e jovens de quatro a 17 anos continuam fora da escola. E é igualmente inaceitável que 14 milhões de brasileiros de 15 anos de idade ou mais não saibam ler ou escrever.

 Os números se tornam ainda mais incômodos diante da contínua redução de espaço para tarefas mecânicas e rotineiras. O uso de novas tecnologias, especialmente as relacionadas com a comunicação e a informação, desafia o ambiente do trabalho e o da aprendizagem. Cada vez mais se exige o domínio e o desenvolvimento de habilidades necessárias para conviver com um cotidiano inovador, no qual o profissional é cobrado continuamente a pensar, a planejar e a reformular rotinas no exercício de suas atividades.

 Diante dessas exigências, as ações têm que se concentrar na qualificação de disciplinas essenciais para o aprendizado e para a continuidade dos estudos, a começar por língua portuguesa e matemática. A assimilação adequada de conteúdos nessas áreas do conhecimento é indispensável para garantir facilidade de comunicação, de interpretação, de raciocínio e mais espírito crítico. Quem domina essas ferramentas tem mais facilidade para aumentar o número de anos de estudos, para falar uma segunda língua e para aprender continuamente   pressupostos do novo mundo do trabalho.

 A sociedade   incluindo desde os pais aos empregadores   precisa se empenhar mais por um ensino de qualidade. A Fiergs, juntamente com agentes do Serviço Social da Indústria (SESI), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), está decidida a fazer a sua parte, contribuindo para a definição de uma agenda de curto e médio prazo em favor da educação.
 *Presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs)

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