O segmento industrial brasileiro está atento e comprometido com os princípios e diretrizes para implementação do desenvolvimento sustentável na atividade. Por meio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e das Federações de Indústrias estaduais, o setor tem se mobilizado a partir do diálogo e da reflexão sobre os aspectos mais relevantes da agenda ‘sustentabilidade’.
No início, o conceito de desenvolvimento sustentável estava ligado diretamente ao aumento da eficiência na utilização dos recursos do meio ambiente, de seus impactos nos processos produtivos e do meio social. Atualmente, os resultados dessa nova orientação têm sido alvo de avaliações em função do engajamento e das discussões nos ambientes nacionais e internacionais, sobretudo depois que os compromissos e os acordos foram assinados com o objetivo de solucionar problemas associados ao desenvolvimento.
As transformações no mercado mundial experimentaram significativos avanços de novas tecnologias e processos, que vêm mudando a níveis quase exponenciais, afetando o modo de crescimento econômico e a geração de riquezas. São significativos os incrementos dos novos modelos de produção e de negócios, imprimindo uma dinâmica nunca experimentada pelas economias em escala global.
Os fundamentos e os fluxos nos processos produtivos da indústria estão sendo afetados, assim como sua forma de organização e administração. E tudo isso é só a ponta do iceberg. Isso porque, com a internet das coisas, a comunicação em rede e em tempo real; e a indústria 4.0, é provável que nos deparemos com mudanças radicais na forma e no modo de produção, fazendo surgir novas formas de negócios.
Para a convivência com este novo tempo, é preciso implantar métodos inovadores na gestão dos negócios afinados com os conceitos de sustentabilidade corporativa e da prática de responsabilidade social. Os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) devem estimular governos, corporações e sociedade, a fim de avançar no modo de produção, consumo e na distribuição de renda mais justa.
Com metas, os ODS permitem que as empresas identifiquem reais oportunidades de negócios e aperfeiçoem sua atuação nas áreas de segurança alimentar, saúde, educação, energia limpa e saneamento. Os ODS foram criados na agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta perspectiva, processos e produtos que demandem menor pressão sobre o meio ambiente se apresentam como uma tendência sem volta, na qual a visão sistêmica do ciclo de vida dos produtos será de fundamental importância para seu êxito e permanência no mercado.
No rumo à indústria 4.0, a economia circular e de baixo carbono vêm marcando posição na agenda de grandes corporações e de pequenas empresas de vanguarda. Com isso, assistiremos a um movimento de propagação da ecologia industrial, em que a interconexão da produção, com cadeias produtivas trabalhando em regime de cooperação e planejamento coordenado, permitindo chegar a um patamar insignificante de geração de resíduos e emissões atmosféricas. Quando isso acontecer, teremos a natureza como benchmarking com seus ecossistemas que trabalham em circuito fechado, sem gerar resíduos e promovendo a diversidade e estimulando a simbiose.
Anísio Coelho é engenheiro químico, industrial e presidente do Conselho Temático do Meio Ambiente da Federração das Indústrias do Estado do Paraná (FIEPE).
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