Há alguns dias, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas divulgou dados preocupantes. As temperaturas em todo o mundo subiram mais rápido do que o previsto, aceleradas pela interferência humana. O estudo aponta que os efeitos do aquecimento global podem ser irreversíveis se não fizermos mudanças urgentemente.
O desafio está posto e para reverter esse quadro precisaremos de muita inovação conjunta. A humanidade ainda não dispõe da tecnologia para atingir essa meta, mas o lado positivo é que a maioria dos países e das empresas está imbuída desse espírito de mudança e cooperação.
A inovação é o fator crítico de sucesso mais importante para as empresas e, embora ainda tenhamos desafios relacionados à urgência de reformas estruturantes, dispomos de um ambiente propício à inovação no país. Contamos com um conjunto de benefícios que ajudam a estimular esse tópico nas empresas, como a Lei do Bem, além de estruturas como a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Emprapii). No entanto, a disputa é acirrada, já que outras grandes nações competem por recursos destinados a projetos de inovação.
Por isso é tão importante apostarmos no conceito de “inovar em fazer inovação”. Em um cenário de constantes transformações e demandas por tecnologias cada vez mais específicas, não é mais cabível criar a portas fechadas. A cooperação é a chave para a construção de modelos inovadores de transformação energética e, para promover as mudanças necessárias para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU, a colaboração de diferentes atores a nível nacional e global é imperiosa.
Na Siemens Energy, o objetivo estratégico é inovar em cocriação com nossos clientes, por meio de ecossistemas nos quais os parceiros estejam inseridos no processo de pesquisa e desenvolvimento de novas soluções.
Cientes de que a inovação aberta é o caminho a ser trilhado, criamos globalmente a estrutura Siemens Energy Ventures, por meio da qual investimos em parcerias com empresas e startups de diferentes portes, desenvolvendo novos produtos, serviços e modelos de negócios inovadores.
A Siemens Energy, nascida há menos de um ano com o objetivo de atender especificamente aos mercados de energia, já foi criada sob o signo da descarbonização. Nossos esforços são direcionados para a transição energética e para contribuir com a redução das emissões de carbono na atmosfera. Contudo, não é nossa intenção fazermos isso sozinhos. Ainda que o desafio da humanidade diante das mudanças climáticas seja gigantesco, temos motivos para reforçar um otimismo de que, em ritmo de colaboração, conseguiremos superá-lo.
*André Clark é o General Manager da Siemens Energy.
O artigo foi publicado na edição de agosto da Revista Indústria Brasileira
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