Conselho leva ao BRICS cooperação com sustentabilidade e preocupações com desigualdade

Conselho Empresarial do BRICS (CEBRICS) reúne 59 recomendações em relatório para presidentes do bloco. Comércio global é caminho para recuperação do crescimento e esforços devem focar em reduzir barreiras

Bandeiras do BRICS
O CEBRICS é formado por 25 membros do empresariado, sendo cinco de cada país

O Conselho Empresarial do BRICS (CEBRICS) apresentou aos chefes de Estado e de governo dos cinco países que compõem o bloco - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - 59 recomendações para fortalecer a cooperação econômica, com foco na recuperação global pós-pandemia. O documento foi entregue, de maneira simbólica, aos chefes de Estado na reunião virtual da 13ª Cúpula do BRICS, realizada nesta quinta-feira (9).  

Preocupações com uma recuperação econômica global desigual entre as economias avançadas e os países em desenvolvimento, considerando ainda os riscos de novas variantes da Covid-19 e da inflação, e retrocessos na redução da pobreza e da desigualdade social foram apontadas com destaque pelo Conselho. Para o grupo empresarial, é preciso “maior cooperação multilateral e uma resposta abrangente coordenada para reconstruir a economia”.

O desenvolvimento sustentável também foi enfatizado pelo CEBRICS, que adicionou ao documento uma declaração conjunta de cooperação para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) previstos na Agenda 2030. Na visão dos líderes empresariais do bloco, a pandemia da Covid-19 evidenciou a urgência em acelerar a implementação da Agenda. 

Além disso, eles consideram que o comércio será elemento-chave no pós-pandemia para fortalecer a cooperação dos BRICS para o desenvolvimento sustentável. Por isso, defendem a continuidade de esforços para “reduzir o custo do comércio transfronteiriço, reduzindo as barreiras ao comércio e também para facilitar a realização de negócios”. 

CNI destaca principais tópicos para setor privado do Brasil

As recomendações do CEBRICS estão reunidas em nove blocos: agronegócio, aviação, desregulamentação, economia digital, energia e economia verde, serviços financeiros, infraestrutura, manufaturados e desenvolvimento de competências. A CNI separou sete tópicos que representam pontos importantes para o setor privado brasileiro. São eles:

1 - Agronegócio: fortalecer a cooperação em biotecnologia.
2 - Aviação: aumentar as fontes de financiamento para o desenvolvimento da infraestrutura da aviação nos países do BRICS, incluindo a criação do Fundo da Infraestrutura da Aviação.
3 - Desregulamentação: estabelecer Acordos de Reconhecimento Mútuo em programas de Operador Econômico Autorizado (OEA).
4 - Economia digital: promover a digitalização da saúde por meio de programas de intercâmbio sobre o desenvolvimento de tecnologias digitais relacionadas à saúde (local e global).
5 - Energia e economia verde: estabelecimento de um Fundo de Energia Limpa no Novo Banco de Desenvolvimento.
6 - Infraestrutura: promover financiamento para infraestrutura e intercâmbio de boas práticas entre os países do Brics.
7 - Desenvolvimento de competências: mais apoio para organização do BRICS Future Skills Camp.

Acesse todas as 59 recomendações na íntegra no Relatório Anual do CEBRICS - 2021:

BRICS representa um quarto do comércio brasileiro

O saldo da balança comercial do Brasil com os países que compõem o BRICS passou de US$ 7,2 trilhões em 2010 para US$ 24,9 trilhões em 2019. Nesse ano, a corrente de comércio do Brasil com os membros do bloco representou 28% do total.

Pelo lado brasileiro, a CNI secretaria o CEBRICS, que foi criado pelos membros do BRICS em 2013 como o principal mecanismo de diálogo entre as comunidades empresariais e os governos. O Conselho é responsável por identificar, endereçar e ajudar a construir consenso sobre os pontos mais urgentes da agenda empresarial que possam contribuir e fomentar comércio e investimentos entre os países do bloco.  

O CEBRICS é formado por 25 membros do empresariado, sendo cinco de cada país. O capítulo brasileiro é formado pela Vale, WEG, Banco do Brasil e BRF, com a liderança da Embraer.

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