Dados da Pesquisa de Inovação (PINTEC 2011), divulgada nesta quinta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram diminuição na taxa de inovação na indústria – caiu de 38,1% (2008) para 35,6% (2011). A mesma pesquisa, porém, revela aumento de investimentos em pesquisa e desenvolvimento no setor industrial - que foi de 0,62% (2008) para 0,71% da receita líquida em vendas. Ainda assim, para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), é preciso que as empresas intensifiquem cada vez mais os investimentos em inovação e nos processos criativos, já que a inovação é decisiva para a indústria brasileira agregar valor às várias fases da produção, criar mais e melhores empregos, aumentar a produtividade, além de ganhar competitividade e conquistar outros mercados.
Com o objetivo de fortalecer essa agenda e, principalmente, propor políticas públicas ao governo, a CNI lidera, desde 2008, a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) – mais consolidado espaço de diálogo que reúne representantes dos setores público e privado. Um dos frutos desses encontros periódicos é a criação da Embrapii – Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, cujo contrato de gestão com o governo foi assinado nesta quinta-feira, em Brasília.
Para a CNI, a Embrapii deve elevar o volume de investimentos e a quantidade de empresas que investem em inovação. Constituída como organização social, o modelo de funcionamento prevê compartilhamento de riscos técnicos e econômicos. Assim, um terço do recurso será investido pela empresa que desenvolverá o projeto de inovação, um terço virá da Embrapii e um terço será das instituições de pesquisa em forma de estrutura, recursos humanos, máquinas e equipamentos.
ENGENHEIROS - A pesquisa aponta ainda que os elevados custos e a escassez de recursos humanos qualificados são os principais entraves para as atividades de inovação na indústria. Para ultrapassar esses obstáculos, a CNI defende a reestruturação dos currículos de formação de engenheiros – principal capital humano para a inovação – bem como propõe políticas públicas de isenção, a desburocratização para a importação de insumos e equipamentos utilizados em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e a ampliação dos recursos para subvenção econômica para bens de capital voltados para atividades inovativas.
Além disso, a CNI deseja como aumento de incentivo à inovação a ampliação dos benefícios da Lei do Bem para as empresas tributadas no lucro presumido e SIMPLES – hoje restritos a empresas de regime de tributação de lucro real. Assim, indústrias de pequeno e médio porte também teriam acesso ao incentivo. A falta de instrumentos para compartilhamento de riscos é, inclusive, uma das causas apontadas pela PINTEC 2011 para a queda na taxa de inovação no setor industrial.
A inovação é um dos pilares apontados pelo Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022, lançado em maio pela CNI, e que trouxe os dez fatores-chave para aumentar produtividade e competitividade industrial. Construir um ambiente propício à inovação implica melhorar o ambiente institucional, facilitar o acesso a financiamentos e incentivos, aumentar a oferta de serviços tecnológicos para as empresas e melhorar a qualidade de gestão empresarial.
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