A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reconhece a importância do controle da inflação. Mesmo assim, lamenta que ao elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, atingindo 7,5% ao ano, o Copom tenha optado pelo caminho de combate à alta inflacionária com maiores danos à atividade produtiva. A indústria mostra desempenho abaixo do esperado no início do ano, dando continuidade à situação negativa do fim de 2012.
Segundo a CNI, o aumento dos juros é extremamente prejudicial à indústria, setor de maior capacidade de recuperação e de melhor contribuição para o crescimento da economia, mas que já vem sendo atingido por custos crescentes. Para a entidade, o novo ciclo de alta dos juros iniciado nesta quarta-feira (17) irá afetar a confiança do empresário e comprometer os investimentos, cuja elevação considera essencial para reativar a economia.
A CNI avalia que uma política econômica baseada em aumento dos gastos públicos e alta dos juros tem pouco impacto nas pressões inflacionárias. Diagnostica que tais pressões estão concentradas nos preços dos alimentos e nos preços dos serviços, estes últimos não influenciados pela concorrência internacional e, portanto, estimulados pela demanda parcialmente aquecida.
A entidade alerta ainda para uma outra grave consequência da alta dos juros, a valorização cambial, devido à maior atração do dólar pelo juro mais elevado. "O resultado dessa combinação de políticas gera o pior cenário, que é inflação alta e crescimento mínimo", conclui a CNI.