A expectativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) é que a próxima reunião do Comitê de Política Econômica do Banco Central (Copom) inaugure o ciclo de redução dos juros. A manutenção da taxa Selic em 14,25% ao ano, decidida nesta quarta-feira (20), representa mais um entrave à retomada da atividade econômica, pois encarece o crédito para os consumidores e as empresas, desestimulando o consumo e os investimentos.
A Sondagem Industrial de junho mostra que a elevada taxa de juros foi o terceiro principal problema enfrentado pela indústria brasileira no segundo trimestre deste ano, atrás apenas da alta carga tributária e da demanda interna insuficiente.
A CNI considera que a queda gradual dos preços, e as indicações de que o país alcançará a meta de inflação em 2017 justificam a retomada da trajetória de queda dos juros. Além disso, há sinais claros de que o governo buscará o controle das contas públicas no médio prazo. A imposição de limites ao crescimento dos gastos terá um impacto positivo na evolução da dívida e afastará os riscos de insolvência do setor público. Com isso, o país terá condições de controlar a inflação sem depender exclusivamente do aumento dos juros.