A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera o acordo político entre o Mercosul e os países da Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) um passo importante na estratégia de abertura comercial do Brasil e na maior inserção internacional da indústria. O EFTA é um bloco econômico europeu formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, países que não fazem parte da União Europeia.
Segundo o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, o EFTA tem economias importantes, que, juntas, importam cerca de US$ 400 bilhões. Esse valor é superior às importações do Mercosul. “O acordo deve abrir o mercado para produtos importantes do Brasil, que atualmente enfrentam tarifas, como alumínio, laminados de ferro, produtos químicos, autopeças, além de aumentar cotas para os produtos agrícolas como carne”, diz.
O diretor da CNI afirma que é importante manter abertura por meio de acordos comerciais. “Assim o Brasil consegue abrir o mercado com previsilibidade, sem ser de forma abrupta e gera ganhos de exportação e mais acesso para os produtos brasileiros”, afirma Abijaodi.
Atualmente, as exportações brasileiras para os países do EFTA estão no menor nível da última década. Em 2014, o Brasil chegou a vender US$ 3,3 bilhões de dólares. Este valor caiu para US$ 1,8 bilhão em 2018. A expectativa é de que o acordo possa reverter esse cenário. Os principais produtos com oportunidades são: carnes bovinas, preparações alimentícias, óleos de soja, autopeças, papel e cartão.
SERVIÇOS – No acordo entre os dois blocos, há um grande espaço no comércio de serviços. Os países da EFTA são o terceiro maior parceiro do Brasil em serviços, atrás apenas dos Estados Unidos e da União Europeia. Entre as oportunidades estão os setores de arrendamentos e serviços de transporte marítimo.