Indústria apoia governo nas negociações com União Europeia, Efta e México

Diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi participou de audiência pública da Câmara dos Deputados e explicou que acordos atuais do Brasil só cobrem 8% do comércio mundial. O percentual é muito baixo se comparado aos 85% alcançados pelo Chile, por exemplo

"Não podemos mais adiar a inserção internacional do Brasil" - Carlos Abijaodi

A inserção internacional do Brasil não pode ser adiada, mesmo num cenário mundial de protecionismo. Esta é a avaliação do diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi. Ele participou de audiência pública para discutir Os novos arranjos comerciais firmados em âmbito global e a inserção do Brasil nesse contexto, na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (12). 

“Os países que hoje são mais protecionistas já estiveram na nossa frente e negociaram todos os acordos que quiseram. Não podemos mais adiar a inserção internacional do Brasil e apoiamos integralmente o Itamaraty e o MDIC para que possam negociar da melhor forma possível acordos em benefício do setor produtivo e da sociedade brasileira”, afirmou Abijaodi.

Para o subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Carlos Márcio Cozendey, as exportações e os investimentos brasileiros são bem distribuídas pelo mundo, por isso o governo tem buscado negociar em diversas frentes. "Nãoo existe um acordo com um mercado único que resolva o problema de acesso a mercado do Brasil”, disse.

No momento, o Brasil negocia com o México e participa das negociações, por meio do Mercosul, com União Europeia e Associação Europeia de Livre Comércio (Efta). “Devemos iniciar as conversar com o Canadá no segundo semestre e com o Japão e Coreia do Sul no próximo ano. Não será simples, será um desafio que vamos colocar para a indústria brasileira”, explicou o embaixador.

O diretor do Departamento de Negociações Internacionais (DEINT) do Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Alexandre Lobo, reforçou a necessidade de o Brasil continuar buscando novos mercados e afirmou que o recente acordo entre União Europeia e Japão mostra que ainda há espaço para se buscar o livre comércio. Para ele, a proliferação de acordos entre outras economias mina, ainda mais, a competitividade do produto brasileiro no exterior.

O autor do requerimento para audiência pública, deputado Pedro Vilela (PSDB-AL), presidiu a reunião.

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